Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 25

Eu tinha imaginado milhares de vezes como aquilo iria acontecer, mas, na minha imaginação, nenhuma cena chegava aos pés daquela que se desenrolava à minha frente. Foi quando Giovanni começou a estranhar tudo aquilo. Ele já estava ficando irritado, pois mexia os bracinhos e as pernas, totalmente descontrolado. Me aproximei e o peguei, mesmo que Lorenzo tenha relutado um pouco para soltá-lo. Mas, finalmente, se livrou do transe em que parecia estar desde que pegou o meu bebê no colo. Ele me olhou. Na verdade, ele olhou o jeito que Gio veio para o meu colo. A forma como ele se aquietou ao sentir o meu calor.

— Giovanni. Giovanni Nolasco é o nome dele! — Respondi, e meu filho me olhou ao ouvir o seu nome. Ele me deu um sorriso doce e voltou a deitar a sua cabeça em meu ombro. Vi-o abrir a boca e, novamente, seus olhos se encheram d’água, me fazendo franzir o cenho com aquela sua reação. Eu havia escolhido um nome de origem italiana, mas não era para tanto. Bem, na verdade, eu deveria saber que era para tanto sim. Lorenzo Mancini estava descobrindo tudo sobre um filho que acabara de conhecer. A minha falta de empatia eu sabia ser apenas ciúme.

— Gio… Vanni! — Ele exclamou, com as palavras um pouco embargadas por causa do seu estado. Eu balancei a minha cabeça como se eu precisasse afirmar aquilo de alguma forma. Lorenzo me encarou. Achei que ele fosse falar mais alguma coisa. Só que, novamente, ele parecia estar em um mundo bem distante. Estava ali mas, ao mesmo tempo, era como se não estivesse. Seu olhar estava longe enquanto ele o mantinha fixo em Gio e em mim.

— Eu não tinha decidido o nome, até vê-lo. Foi no momento em que eu o segurei em meus braços… Foi ali que eu soube, no meu coração, que era o nome perfeito para ele. — Lorenzo deu-me um sorriso genuíno, o primeiro desde que toda aquela revelação começou. — A minha gravidez não foi a mais tranquila do mundo, muito menos o parto, mas tudo deu certo. Gio é um menino doce e muito carinhoso. Ele sempre dorme a noite toda, e a única vez que ele passou a madrugada acordando foi quando o seu dentinho estava nascendo. — Enquanto eu falava, podia ver as suas pupilas se dilatando. Eu sabia bem o que ele estava sentido.

— Como… Como foram os primeiros meses dele? — Perguntou-me, e eu sentei, pois Gio em meu colo já estava dando sinais que queria tirar o seu cochilo. Sabia daquilo pois ele estava pegando demais no meu cabelo, que ainda estava um pouco desgrenhado.

— Tranquilo. De um bebê normal. — Ele pareceu refletir sobre aquilo, os olhos mudaram para um ponto fixo na minha parede. Por um momento, um silêncio constrangedor tomou conta do lugar. Tudo só foi preenchido novamente quando meu bebê resmungou alguma coisa e ganhou a nossa atenção. Eu já havia deitado Gio contra o meu peito. Mais uma vez, vi os olhos de Lorenzo se encherem d’água. — Eu… Pensei que nunca fosse… Fosse usar a caixa até ver você novamente. — Constatei, e ele franziu o cenho para mim.

— Caixa? — Questionou antes que eu pudesse concluir. Balancei a minha cabeça em confirmação e pedi um segundo a ele para que pudéssemos conversar melhor. Precisava que Gio dormisse antes, ou ele iria ficar enjoadinho por causa do sono. Ele já estava de banho tomado e Helen já havia lhe dado as suas verduras e frutas. Agora meu filho só queria dormir o seu soninho. Ninguém poderia condená-lo por aquilo, eu só queria fazer o mesmo às vezes.

Não demorou muito para que Gio dormisse. Acho que os efeitos daquela descoberta não sobrecarregaram apenas os seus pais; ele também parecia estar sentindo aquilo. Mesmo sabendo ser impossível de aquilo acontecer, eu não podia deixar de imaginar coisas como aquela. A ligação que eu tinha com o meu filho era muito forte, pude ver em seus olhinhos que ele estava confuso. Apesar de quase não ter reclamado, pois ele era um menino incrível. O levei para o quarto e o depositei na cama e, antes de sair, eu peguei a caixa que ficava guardada ali. Dei um beijo no meu filho e fechei a porta atrás de mim.

Quando eu voltei para a sala, Lorenzo estava no mesmo lugar. A minha mente me alertou que quem tinha a mania de fugir não era ele. Aquilo era um ótimo lembrete, tudo o que eu precisava para me sentir mais nervosa e eufórica do que eu já estava. Sentei ao seu lado, e o mesmo olhou a caixa com interesse. Era ali que eu guardava tudo de Gio, exatamente tudo dele. Acho que era uma coisa que ele tinha direito de vê-las, já que não as viveu.

— Nessa caixa eu guardei cada coisa do meu… nosso filho. — Expliquei, e ele me olhou, seus olhos se enterneceram ao me ouvir falar aquilo. — Desde a maternidade até o presente momento, eu guardei tudo isso porquê… — Eu não conseguia falar aquilo, na verdade eu não queria parecer uma completa idiota. Já me bastava parecer uma megera, e eu não queria mais aquele fardo em mim e nem na minha consciência.

— Porque você, assim como eu, sabia que iríamos nos ver novamente. — Ele falou, ainda segurando a caixa como se o seu coração estivesse ali dentro. Eu balancei a minha cabeça sem me dar conta de que foi totalmente no automático, Lorenzo deu um riso e voltou sua atenção para as suas mãos. Com cuidado ele abriu a caixa, que eu tinha recheado com tudo do nosso bebe durante todo aquele tempo. Vi a emoção brilhando em seus olhos ao ver todo o conteúdo que estava ali dentro. Ele ficou por um bom tempo olhando fixamente e, logo depois, tirou uma foto que estava ali, uma foto de quando eu estava com uns seis meses de gravidez. — Eu queria ter visto você com essa barriga. Queria ter atendido aos seus desejos de madrugada. — Falou, e eu senti a minha garganta travar.

— E... Eu sinto muito. — Afirmei, e ele balançou a cabeça de um lado a outro. Não fazia aquilo como um gesto de quem estava bravo, como alguns momentos atrás. Ele parecia estar decidindo ainda o que pensar e o que fazer de tudo aquilo. Ficou um bom tempo com a foto em mãos, logo depois a largou e começou a ver outra coisa. Era uma caixa consideravelmente grande, e cabia muita coisa lá dentro, além do que já tinha. No fundo eu estava feliz por ter feito aquilo, pois era importante para o pai do meu filho. Dava para ver como estava sendo.

Ele ficou muito tempo ali, com eu contando histórias de cada um das fotos. Tinha algumas filmagens, mas essas estavam salvas em uma pasta no meu computador. Foram as únicas coisas que não foram para a caixa, mas todo o resto — o que incluía até a pulseirinha da maternidade — estava ali. Primeiro sapatinho, primeira roupinha. Absolutamente tudo, e ainda era possível sentir o cheiro de Gio em cada uma delas.

— Ele é tão lindo… Tão… — Lorenzo suspirou ao ver o álbum de aniversários de mês do nosso bebê. — Cheio de vida! Levei a minha mão até a dele. Lorenzo deu-me um sorriso simpático — Giovanni. Era o nome do meu Nonno. — Falou, me fazendo ter um sobressalto. Aquilo era muita coincidência. Ou talvez nem tanto, se pudéssemos considerar a hipótese de uma conexão de almas. Claro que, mais uma vez, aquilo era coisa da minha cabeça. Eu era católica, mas acreditar naquilo já seria demais até pra mim.

— Eu… Não sei o que dizer. — Disse, e ele riu, só que eu estava realmente estupefata com aquela declaração. Só aquilo pra explicar o motivo dele ter quase chorado ao ouvir o nome de Gio. — Foi totalmente… Eu não sei explicar como isso foi acontecer.

— Tinha que acontecer. Eu me refiro a tudo, não apenas ao nome dele. — Ele falou e se aproximou mais de mim, ao ponto de eu sentir a sua respiração e os seus batimentos cardíacos. Os dele estavam tão acelerados quanto os meus. Parece que até naquilo tinha de haver uma coincidência. — Bella… — Ele falou ao passar as costas da mão de leve no meu rosto. Então eu tinha voltado a ser Bella? Aquilo deveria ser um bom sinal. — Nós temos um filho. — Eu sorri, pois, pelas suas palavras, parecia que ele estava querendo afirmar aquilo para si próprio.

— Sim, quem poderia imaginar? — Na verdade era possível imaginar, mas nós estávamos tão desejosos que nem sequer nos demos conta que precisávamos de uma camisinha. Foi uma total e completa irresponsabilidade de ambos, ou foi o fogo do desejo, que nos queimava como se fôssemos dois animais no cio.

— Bella, o… — Ele não terminou a sua fala, pois a campainha começou a tocar. Franzi o meu cenho. Só podia ser brincadeira que aquele era o dia de todo mundo subir sem que ninguém fosse anunciado. Eu realmente merecia aquilo; já não aguentava mais nenhuma forte emoção naquele dia. Revirei os meus olhos e me levantei, indo em direção à porta. No momento em que eu abri, um furacão passou por ela. Um furacão chamado Diogo.

— Diogo, o que está faze… — Não pude concluir a minha pergunta. Assim que os olhos dele localizaram Lorenzo, em questão de segundos meu irmão estava à sua frente. Lorenzo se levantou, apenas para que eu visse, como se fosse em câmera lenta, Diogo lhe acertar um soco em cheio no queixo perfeito do italiano. — Diogo! — Gritei e corri em sua direção.

— Desgraçado! Levanta que eu ainda não acabei com você! — Lorenzo, que não estava esperando por aquilo, caiu no sofá com o impacto e ficou segurando o queixo, sem entender coisa alguma. — Eu vou lhe ensinar como é que se abandona uma menina grávida! — Ai, meu Deus! O que eu iria fazer? Não podia bater em Diogo com nada. Também não tinha força para pará-los. Eu só poderia rezar para que me ouvissem.

— Já chega, Diogo. Pare com isso agora mesmo. — Me pus na frente de Lorenzo, que o encarava com um olhar ameaçador. — O que pensa que está fazendo? — Perguntei, alto o suficiente para ele voltar a sua atenção para mim.

— Gabriela, saia da minha frente. Minha conversa é com esse canalha. — Ele falou, cuspindo fogo. Só que eu não tinha medo daquelas chamas de meia tigela.

— Vou sair porcaria nenhuma. Que palhaçada é essa? Se você acordar o Gio, eu jogo você pela janela. — Vi-o arregalar os olhos. Ele sabia que eu não estava brincando. — Agora mantenha a calma, e vamos conversar como adultos e não como crianças que brigam por tudo! — Era o que eu podia fazer no momento. 

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