A dor no abdômen era intensa, e Clarice estava preocupada com o bebê. Assim que Sterling desceu do carro, ela se esforçou para sentar e começou a se vestir, apesar do desconforto.
De relance, viu pela janela o momento em que Sterling entrou em um táxi. A cena a fez rir de maneira amarga. Pouco tempo antes, quando ela sugeriu pegar um táxi, ele tinha dito que era sujo, usado por muitas pessoas. Mas agora, com tanta pressa para ver Teresa, até um táxi parecia aceitável para ele.
Depois de se ajeitar e verificar que suas roupas estavam em ordem, Clarice abriu a porta e desceu do carro.
O motorista, atento, veio correndo ao seu encontro:
— Sra. Clarice, o que está fazendo fora do carro? O Sr. Sterling pediu que eu a levasse para casa.
— Não precisa, eu vou pegar um táxi. — Respondeu Clarice.
A ideia de entrar novamente naquele carro a enojava. Sterling e Teresa já tinham compartilhado aquele espaço inúmeras vezes. Além disso, depois do que acabara de acontecer ali dentro, o desconforto só aumentava.
— Mas, Sra. Clarice… — O motorista hesitou, preocupado com a palidez dela. Era evidente que algo não estava bem, e ele temia as consequências de deixá-la ir sozinha.
Clarice, com a mão na barriga, ignorou a preocupação dele e levantou o braço para chamar um táxi:
— Se Sterling perguntar, diga que não quis entrar no carro porque Teresa já esteve lá.
Sua voz era firme, mas carregada de ironia.
— Sra. Clarice, eu não posso dizer isso… — O motorista parecia mais nervoso, incapaz de imaginar como Sterling reagiria a uma explicação tão direta.
Clarice forçou um sorriso, tentando parecer tranquila:
— Não tem problema. Pode dizer exatamente isso. Ele não vai fazer nada, porque sabe que estou dizendo a verdade.
O motorista ainda parecia inseguro, mas Clarice não queria discutir mais.
— Sua aparência não está boa, Sra. Clarice. Por favor, deixe-me levá-la para casa. — Ele sabia de tudo o que acontecia entre Sterling e Teresa. Trabalhar para a família Davis significava testemunhar muitos segredos. Mas, naquele momento, a única coisa que ele queria era ajudar Clarice de alguma forma.
Ela balançou a cabeça, recusando:
— Não precisa.
O motorista abriu a boca para insistir, mas foi interrompido pelo som de um carro parando bem à frente deles. A janela do veículo desceu, revelando um rosto familiar e uma voz suave:
— Clarinha, entre no carro.
Clarice levantou os olhos e encontrou o olhar caloroso de Asher. Por um momento, hesitou. Então, voltou-se para o motorista e disse:
— Meu amigo vai me levar para casa. Pode ir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...