OLIVIA
Meu marido devia ter pensado que eu tinha um desejo de morte ou que eu não ligava para a minha vida nem para aqueles que eu deixaria para trás. Porém foi por causa deles que eu preferi ser a pessoa a morrer em vez de permitir que qualquer um se sacrificasse por mim. Eu já tinha perdido gente demais e não estava disposta a perder mais ninguém.
Quando eu ouvi Nathan dizer que havia um atirador de elite, que a arma estava apontada para mim, eu senti alívio em vez de medo. Fiquei aliviada por, pelo menos uma vez, ter sido eu quem os protegia. Desde o começo, todos sempre tinham se preocupado em me proteger a ponto de se colocarem em perigo. Tudo em nome de me proteger.
Eu quis fazer o mesmo por eles. Pensei nos meus filhos, eu sabia que não lhes faltava nada. Meu pai e Marcus teriam garantido que recebessem todo o amor de que precisavam e, financeiramente, teriam sido amparados sem problema. Eu não tive preocupações naquela hora. Eu estava pronta.
No caminho de volta para casa, meu marido ficou em silêncio. Porém ele não largou a minha mão, como se fosse me perder se a soltasse. Eu não me importei e deixei que ele fizesse o que quisesse. Quando chegamos em casa, meu pai estava brincando com Lilly no sofá.
Nós fomos nos juntar a eles. Eu peguei Lilly dele e brinquei com minha menininha. Teria sido triste para ela perder duas mães em um curto espaço de tempo. Porém esta mamãe teria morrido tentando protegê-la.
— Por que está com essa cara, aconteceu alguma coisa? — Meu pai perguntou a Marcus.
Eu me concentrei em Lilly.
— Sim, Olivia quase foi morta hoje.
Eu lancei um olhar ao meu marido. Ele não precisava contar ao meu pai; ele sabia que ele iria exagerar. Mas talvez eu o tivesse assustado ao admitir que eu não me importava em morrer.
Meu pai olhou para mim e depois de volta para meu marido. A preocupação cobriu o rosto a ponto de formar um vinco na testa.
— O que aconteceu? — Ele perguntou calmamente, mas eu sabia que uma tempestade se formava por dentro. Conhecendo-o, ele já estava pensando em violência.
— Digamos apenas que minha equipe de assassinos é afobada no gatilho. Ao menor sinal de ameaça, quer eliminar, e, aparentemente, minha esposa não foi exceção. Mas eu resolvi.
Meu pai franziu o cenho.
— Assassinos, o que quer dizer com isso e por que, ou como, Olivia era uma ameaça?
Meu pai perguntou. Ele continuava lançando olhares para mim, talvez preocupado por eu não estar bem.
— Ela falou sobre o acordo, sobre nós desistirmos dele. Eles acharam que era uma ameaça e, quando percebemos, ela estava com uma mira entre os olhos.
Meu pai se remexeu, desconfortável, no assento.
— Como você resolveu isso? — Ele agora olhava para mim.
— Estou bem, pai, não precisa se preocupar, não aconteceu nada.
Ele não disse nada, voltando a olhar para meu marido.
— Liguei para George, depois chamei todos aqueles homens e disse a eles que minha família está fora dos limites.
Meu pai cerrou os punhos. Eu sabia que nada de bom sairia disso.
— Pai, eu estou bem, de verdade. Você não precisa se preocupar.
Ele ofereceu um sorriso fraco.

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