NATHAN
Naquele dia eu estava sepultando minha mãe. Marcus e a família dele vieram me apoiar. Eu agradeci, porque eu não tinha ninguém. Sempre tinha sido minha mãe e eu contra o mundo. Agora ela me tinha deixado sozinho naquele mundo cruel. Como ela achou que eu o enfrentaria sem ela ao meu lado? Tudo o que eu vinha fazendo, trabalhando duro, era por ela.
Eu queria dar a ela tudo o que sempre desejou, mas agora qual era o sentido de trabalhar duro quando eu não tinha ninguém com quem compartilhar aquela riqueza? Por que aquelas pessoas precisaram tirar a minha esperança e por que meu primo permitiu?
Ele achou que eu não sabia que, naquele momento, ele era o chefe da Lança. No instante em que falou sobre algo que minha mãe não tinha me contado e que aquelas pessoas queriam, eu soube. Eu soube que tinha a ver com o cofre de segurança de que ela tinha me falado.
Ela tinha me dito que não registrou em nome dela, e sim no nome de solteira da amiga. Uma amiga sobre a qual eu não sabia nada, porque eu nunca a tinha visto. Minha mãe sempre tinha estado sozinha, sofrendo sozinha, lutando sozinha para cuidar de mim.
Mas eu não a questionei. Ela tinha seus motivos para não me revelar quem era. Quando eu vi o conteúdo daquele pen drive, eu entendi por que ela foi morta. Marcus talvez não tivesse ordenado a execução, porém sabia quem fez aquilo. Ele só não quis me contar.
Talvez ele estivesse dizendo a verdade quando afirmou que queria pôr fim à violência. Eu também não tinha forças para buscar vingança. Não era como se isso fosse trazer minha mãe de volta à vida. Além disso, minha mãe era uma pessoa pacífica. Ela odiava violência e sempre me alertou contra isso.
Eu tive de usar a cabeça para conseguir o que quer que eu conseguisse. Eu nunca usei violência e eu sabia que não podia enfrentar aquelas pessoas. Elas eram poderosas demais.
— Nathan, eu sinto muito pela sua mãe. Eu gostaria de ter tido a chance de conhecê-la. — Aquela era Olivia.
Ela era uma boa mulher. Marcus tinha tido sorte por tê-la na vida dele. Eu queria ter alguém como ele tinha. Ele podia ter perdido a mãe, mas ainda tinha o Grupo Walker e A Lança. Naquele momento ele tinha uma mulher amorosa ao lado dele e filhos em casa.
Ele tinha construído uma família para si e parecia feliz. Eu tinha visto como ele foi com ela lá no escritório. Ele a amava.
— Obrigado, Olivia, e eu sinto muito pelo que eu fiz com você. Eu percebo agora que a vida é curta demais para a gente se ferir sem motivo. Por favor, me perdoe. — Ela me ofereceu um sorriso.
— Eu perdoo você, Nathan. Só não faça uma coisa dessas de novo.
Eu não sabia se ela tinha pena de mim ou se estava me perdoando pela bondade do coração, ou talvez estivesse me fazendo acreditar que estava tudo bem para depois me atingir.
— Nunca mais, eu prometo. — Ela se afastou.
Meu primo veio até mim segurando a filha dele. Ela se parecia tanto com ele. Não se parecia nada com Olivia, não havia nenhuma semelhança entre as duas. Aquilo me fez pensar se ela era mesmo mãe dela.
Mas isso não era da minha conta. No instante em que eu começasse a cavar e encontrasse alguma coisa, eu poderia querer usar contra eles. Eu estava tentando ser uma pessoa melhor.

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