LUKE
Marcus suspirou de novo, me irritando para caramba. Eu não sabia o que ele estava pensando e não queria saber, porém aqueles suspiros que ele soltava pareciam me forçar a perguntar. Por que ele não me deixava cuidar da minha própria vida?
— Por que não desabafa de uma vez?
Ele ergueu a cabeça do documento que estava segurando para olhar para mim.
— O quê?
Eu estalei a língua e voltei a trabalhar. Nós estávamos ocupados redigindo planos e conversando com advogados sobre a transferência das atividades ilegais da Lança para mim. Marcus tinha ficado em ligações com George, aprendendo como o negócio operava e se familiarizando com cada engrenagem. Nós usávamos a casa de Nick. Bem, o que costumava ser a casa de Nick. Nós não queríamos Olivia envolvida e, quando verificamos, era a única casa que não estava grampeada, perfeita para o que queríamos fazer.
Marcus suspirou de novo.
— Está bem! Diga o que está lhe incomodando? Você vem fazendo isso desde ontem, depois do funeral. O quê? Isso lembrou o funeral da sua mãe ou algo assim? — Eu simplesmente não conseguia lidar com um Marcus sentimental.
— Não, o funeral da minha mãe não foi assim. Pelo menos eu tinha pessoas lá, mesmo que eu não as conhecesse. Meu pai também estava lá e me levou com ele depois. O funeral da mãe de Nathan foi simplesmente triste. O homem teria ficado sozinho se nós não tivéssemos ido.
Eu ergui uma sobrancelha. Que diabos ele estava dizendo. Ele deveria ter ficado sozinho. Ele merecia isso pelo modo como tratava as pessoas.
— Quer dizer que, se você não tivesse nos forçado a ir, Olivia não teria querido ir depois do que Nathan fez com ela, ela só foi porque ele é seu primo e você pareceu triste quando nós não quisemos ir. Eu não tinha nada que estar lá, mas vocês dois me arrastaram junto mesmo assim.
— Agora me diga o que está lhe incomodando, porque eu estava tentando trabalhar e não conseguia me concentrar com você suspirando o tempo todo. — Ele hesitou e eu soube que era algo que ia ou me irritar ou me aborrecer.
— É Nathan, ele disse que pode perder o emprego no Grupo Jones.
Aí estava. Eu sabia que ia ser isso. Eu não entendia por que ele achava que eu ia me importar. O sujeito merecia perder o emprego e mais. Por que diabos ele estava incomodado com isso?
— Então?
Ele se remexeu na cadeira.
— Eu estava pensando em dar um emprego a ele no Grupo Walker ou entregar uma das nossas divisões para ele administrar.
Aí ele passou de me aborrecer a me irritar de verdade. Eu começava a achar que ele gostava de fazer esse tipo de bobagem.
— E por que você pegaria uma cobra e a traria para dentro de casa? Você sabe que não dá para criar cobra como animal de estimação, certo? Ela vai morder sua bunda tão forte que você nem vai acreditar.
Eu não achei que ele tivesse gostado da analogia, porque ele franziu a testa com cara de poucos amigos.
— Eu sei que você quer paz, Marcus, mas acha que vai conseguir desse jeito, sendo ingênuo?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Vingança Após o Divorcio