A Babá romance Capítulo 1

Manuella Vermount

EHHHH Manuella, mais um dia de derrota na sua vida!! Mais um pro álbum de merdas que eu fiz nessa vida.

Eu só queria saber onde foi que eu errei meu Deus?! Foi na escolha da faculdade? Nos locais onde procuro emprego? Porque, sinceramente, eu já fiz de tudo para arranjar um emprego e garantir meu pão de todos os dias, mas tá difícil. Na plenitude dos meus 22 anos de vida, formada em psicologia, eu não consigo achar 1 local para trabalhar.

Será que na outra vida eu fiz algo de muito errado e estou tendo que pagar nessa?

A situação está tão crítica que estou pensando em me oferecer para um emprego de babá, é o melhor que posso fazer em Londres. Na verdade, é o melhor que posso fazer para continuar sobrevivendo. Além do mais, pelo que relatam e da quantidade que vejo de anúncios em jornais de vagas abertas para babás, não deve ser tão difícil assim de achar algum lugar para trabalhar, certo?

Depois de levantar da minha confortável posição de "pessoa jogada na cama", muito confortável por sinal, inclusive recomendo, vou tomar um banho para relaxar e criar ânimo para o dia de amanhã. Tomo um banho de água fria, é o que eu prefiro quando a tensão toma conta do meu corpo, e sinto todo o gelado da água relaxar meus músculos aos poucos. Visto um short de moletom e um casaco que tinha 3 vezes o meu tamanho. Não é muito difícil, visto que mal consegui passar dos 1.60m de altura.

Vou para a cozinha, assim que meu estômago implora por comida, e respiro fundo frustrada ao ver que meus armários estavam mais vazios do que a minha conta bancária.

- Mas que merda!- digo fechando o armário novamente.

Penso em só ir dormir sem comer nada, mas eu já não tinha almoçado. Dormir desse jeito é implorar para ter uma crise de hipoglicemia enquanto durmo. Além disso, eu teria que ,no mínimo, tomar café da manhã no dia seguinte.

Fico furiosa com a situação, pois eu teria de tirar essa roupa, que já estava bastante confortável, e a minha preguiça era muita. Visto uma calça legging e uma blusinha bem básica, pego o que me resta de dinheiro, ainda bem que o aluguel do mês já estava pago, e vou em direção ao pequeno mercadinho que ficava na esquina do quarteirão.

Com o resto que me sobrava só consegui comprar uma boa quantidade de macarrão instantâneo. Não é o mais saudável,mas é o que eu posso comprar em quantidade para durar a semana inteira.

No caminho de volta, estou quase um zumbi, faço-o no piloto automático, já sabia ele de cor e salteado, mas isso não foi o suficiente para me salvar de uma queda por causa de uma caixa de papelão.

- Ai merda – digo levando a mão a minha canela que mais havia sofrido com a queda.

- Ai! – uma vozinha disse por trás da caixa que tinha ali me fazendo tomar um susto.

- Tem alguém aí? – digo ignorando a dor e levantando num salto.

Nenhuma resposta.

- Tem alguém aí? – será que eu estava ouvindo vozes? Meu estado de cansaço chegou a esse ponto?

Eu poderia ter simplesmente seguido meu caminho e ignorado o fato de poder estar ouvindo coisas, pois estava extremamente cansada. Tinha quase que cruzado a cidade a pé e sem comer absolutamente nada. Tudo bem que o mercadinho era perto,mas no estado que eu estava parecia que eu tinha atravessado o planeta. Porém não me conformei e mexi nas caixas que estavam ali e me assustei com uma menininha que estava assustada e encolhida no canto.

- Ei você ta bem? – pergunto me aproximando e ela se encolhe mais ainda – Eu não vou te machucar, você precisa de alguma ajuda?

- Eu não xei onde está meu pai – ela diz chorando.

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