A Babá romance Capítulo 5

Uma semana depois...

David Monteiro

Tem uma semana que aquela mulher simplesmente não sai da minha cabeça. Aquela mulher linda, provocadora, gos... Sequestradora de crianças David! É isso que você tem que pensar! É isso que ela é.

Mas eu tenho que confessar que Manuella, simplesmente, me tirou do sério. Tudo que ela falou se repete na minha mente o tempo todo. Eu tinha sido um completo idiota com ela e agora estava pagando o preço. Tudo isso por causa dessa mania minha de pensar que todos que se aproximam de mim são interesseiros, mas é porque, na maioria das vezes, eu estou certo.

Todas as pessoas que se aproximavam de mim tinham interesse no algo a mais que essa aproximação poderia render. Homens se aproximavam para conseguir emprego ou até mesmo parcerias entre as empresas, pois sabem da fama que a empresa que herdei tem. Já as mulheres buscavam alguém que pudesse pagar por todas as suas regalias e desejos. Eu já estava farto desse aproveitamento e cheguei ao ponto de não confiar em mais ninguém.

Por isso reagi daquele jeito e falei aquelas coisas. Mal eu sabia que aquilo não iria afetar só a mim.

Durante essa semana que passou, Hannah andou muito triste. Não conversa com ninguém em casa e nem brinca com nenhum de seus ursinho de pelúcia tão queridos. Ela mal come direito e quase não sai do quarto, só sai para ir à escola. Eu já conversei com ela para que voltasse a fazer as suas coisas normalmente, mas tudo o que ela dizia era "Eu quelo a Manu!".

Aquela mulher mexeu com minha filha de um jeito que nem a minha própria mãe conseguia. Nunca tinha visto Hannah desse jeito. Ela estava pior que quando Emilly cometeu a besteira de gritar para todos os cantos que era a minha namorada, sem que isso fosse verdade.

- Meu amor vem almoçar, assim você vai passar mal – digo entrando em seu quarto vendo ela encolhida na cama com o seu ursinho de pelúcia favorito.

- Eu num quelo, eu só quelo a Manu - ela diz abraçando ainda mais o bichinho.

- Se eu trouxer ela pra te ver você come? - sento ao seu lado.

- É XÉLIO QUE ELA VAI VIM? – ela levantou num pulo.

- Eu não sei meu amor, eu tenho que achar ela antes.

- Então eu num quelo – voltou a deitar do mesmo jeito que estava antes.

Fico triste em saber que eu não posso realizar a única vontade da minha filha, pois fiz o favor de acabar com qualquer chance de Manuella vir trabalhar pra mim depois da semana passada. Eu tinha que dar uma de idiota, tinha que jogar na cara da mulher uma coisa que ela não tinha feito. Mas eu estava preocupado com minha filha poxa!

Manuella Vermount

Eu por alguma sorte divina consegui um emprego em uma lanchonete que fica perto de casa. Não era no que eu queria trabalhar, mas paga as contas de casa. Luana está inventando arte por agora, diz que não quer mais morar sozinha e quer porque quer que eu vá morar com ela, mas eu não quero dar trabalho para ninguém.

Chego em casa mais cedo hoje, pois meu chefe maravilhoso me liberou do expediente já que teria que fechar mais cedo. Depois de um belo de um banho e de ter colocado o meu pijama meu telefone toca.

LIGAÇÃO ON

- Alô?

- Alô é Manuella quem está falando? – uma voz feminina fala do outro lado da linha.

- Quem fala? – digo estranhando.

- Oi queria é Maria da casa da do senhor Monteiro - então essa era a tal "Dona Malia" que fazia bolos gostosos.

- Oi Dona Maria! O que houve? Está tudo bem?

- Minha filha eu preciso muito de sua ajuda. A Hannah desde que você saiu não come mais direito e mal sai do quarto. O Sr. David já não sabe o que fazer. Não sei quanto tempo ela vai aguentar. Ela é só uma criança e não é saudável estar se comportando desse jeito.

- Como você conseguiu meu número? O que eu posso fazer para ajudar?

- A Hannah me contou que você tinha dado seu número pra ela e eu encontrei o papel na mochila. Será que você poderia vir aqui? - lembrei agora do telefone que eu tinha dado à Hannah.

- Maria eu gostaria muito de poder ir aí, mas a forma em que David me tratou da última vez realmente me impede de voltar - digo me lembrando das palavras nojentas dele.

- E o que eu faço? A minha pequenina está muito triste estou com medo de ela adoecer.

- Coloca ela pra falar, por favor.

- Pera que eu vou ter de dar um jeito de sair daqui sem o Sr. David me ver.

Depois de uns 5 minutos eu escuto ela de volta.

- Pronto, ela tá aqui.

- Pode botar ela na linha.

Escuto ela falando com a Hannah que eu estava no telefone.

- Manu? – escuto a voz de minha pequena.

- Baixinha que história de tristeza é essa? Cadê aquela menininha animada que eu achei?

- Eu quelo vuxê Manu, eu não quelo mais a Camila.

- Meu amor lembre-se da nossa conversa. Se seu pai não quis que eu cuidasse de você eu não posso fazer nada princesa, eu tentei.

- Eu não quelo mais a Camila! Eu goto de vuxê! - sei que ela estava fazendo bico agora.

- Não faz assim princesa.

- Eu xabia que vuxê ia me esquexer, eu tamém não quelo mais fala com vuxê!

LIGAÇÃO OFF

Ela desligou.

Eu não acredito que eu causei isso tudo e o pior é que eu não podia fazer nada já que eu não suportaria conviver com aquele ser arrogante depois de tudo o que ele havia falado comigo da última vez. Ele tinha que, no mínimo, se arrepender das merdas que tinha dito.

Sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto, eu queria passar por cima do meu orgulho, mas ele realmente me machucou com aquelas palavras. Pego minhas coisas e vou correndo para a casa da Luh. Eu realmente poderia ter me ferrado nessa correria toda, porque eu estava completamente no automático e nem prestando atenção no caminho que percorria.

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