A Dama Cisne Partida romance Capítulo 129

Saulo se desesperou ainda mais e exclamou, com o coração partido: "Olha só, Giselle, olha, veja a Thais, mesmo agora ela ainda pensa em você! Se ao menos você tivesse metade da bondade e generosidade da Thais, nada disso teria acontecido hoje!"

Eduardo, porém, segurou Saulo para impedi-lo de continuar: "Chega, não adianta falar mais nada com esse tipo de mulher venenosa. Ela nunca vai nos entender! Kevin, você está vendo? Sabe o que é irmão? O que é família? É isso! Olha para essa mulher cruel, você luta por ela, sofre por ela, e o que recebe em troca?"

Giselle arqueou as sobrancelhas, lá vinha de novo aquele discurso cansativo. Será que eles não se cansavam? Ela já estava exausta de ouvir sempre o mesmo. Afinal, eles eram os verdadeiros irmãos, cheios de sentimentos nobres, e ela era só a mulher má que arruinava a vida de Kevin.

Mas seria isso mesmo ser má? Se isso já era ser cruel, então estavam longe de saber o que era de verdade!

Giselle entregou o celular ao policial: "Senhor policial, preciso entregar as provas que estão no meu telefone? Já falei tudo o que tinha para dizer e, como eles mesmos disseram, não vou retirar a queixa. Se não houver mais nada, posso ir embora? Se precisarem de mim depois, é só me chamar que venho."

O policial pediu que ela assinasse um documento e autorizou sua saída.

Giselle arrumou suas coisas e saiu lentamente da delegacia.

O corpo não respondia mais.

O treino daquela tarde na sala de fisioterapia havia drenado toda sua energia, somado às dores do corpo por causa do treino do dia anterior, cada passo era uma luta para manter-se em pé. E agora, depois de enfrentar aqueles homens na delegacia, sentia-se completamente esgotada, até a alma parecia cansada...

Lá fora, o sol brilhava forte, a luz era tão intensa que lhe causava vertigem.

Ela pensou consigo mesma: discutir com gente assim só faz mal à saúde, consome as forças, tanto do corpo quanto do espírito. Mal terminou esse pensamento, sentiu tudo escurecer diante dos olhos e caiu no chão.

"Ei! Senhora, está tudo bem?" Ouviu alguém chamar atrás de si e sentiu braços a ampará-la. Reconheceu, vagamente, que era a policial mulher de antes.

No entanto, não teve tempo de responder que estava bem — simplesmente desmaiou nos braços da policial.

Giselle sentia seu corpo pesado, tão cansado que parecia ter dormido por séculos.

Quando acordou, ainda atordoada, achou o ambiente familiar. Olhou ao redor e percebeu que não estava na casa da avó, mas sim de volta à casa que dividia com Kevin, deitada na cama do quarto.

"Tosse... tosse..." A garganta doía, e ela tossiu algumas vezes.

"Senhora!" Dona Valeria, a empregada, escutou a tosse e veio imediatamente à porta. "Acordou? Quer um pouco de água? Vou buscar para a senhora."

"Pode entrar." Giselle notou que sua própria voz estava rouca.

Dona Valeria entrou com um copo de água morna, ajudou Giselle a se sentar e lhe deu água para beber.

"Como vim parar aqui?" Giselle lembrava-se de ter travado uma verdadeira batalha com Kevin e seus amigos na delegacia, depois de desmaiar na porta da delegacia.

Giselle sorriu.

Aquele idiota do Kevin, sempre com medo de que a avó descobrisse as besteiras que ele fazia. Pelo menos, dessa vez, ele evitou que a avó se preocupasse — isso estava de acordo com o que ela queria.

Conversou um pouco com a avó, que pediu para ela descansar bem, e então desligaram.

Giselle viu que havia uma nova mensagem no WhatsApp, de Wanda, com apenas um "?".

Ela respondeu com um gesto de "OK".

Nenhuma das duas disse mais nada — ambas entenderam.

Giselle acreditava que, desta vez, tinha vencido, mas era uma vitória amarga.

Tudo aquilo a fez enxergar ainda mais claramente: o quanto era pequena sua força, e como, nesses cinco anos, se fechou em um mundo cada vez menor.

Quando Kevin disse que faria de tudo, ela já sabia que ele usaria todo o poder do dinheiro. Mas ela, com dificuldades de locomoção, sem amigos ou contatos após cinco anos isolada, não tinha como enfrentar o "fazer de tudo" de Kevin.