Ela havia visto, ao passar pelas redes sociais, Wanda e o namorado de Wanda.
Dois jovens que lutavam juntos pelo futuro, e em cada palavra, transbordava uma energia juvenil e apaixonada que ela e Kevin jamais haviam compartilhado.
Por coincidência, o namorado de Wanda era formado em TI.
Assim, Giselle procurou Wanda e pediu para que ela perguntasse ao namorado se ele aceitaria ajudá-la em um favor, deixando claro que seria generosamente recompensado.
Wanda concordou sem hesitar, não por outro motivo, senão por ter ficado incomodada com a cena que presenciara naquele dia na loja de grife, quando Kevin e Thais apareceram.
Giselle, de fato, sentia-se um pouco culpada. Com dificuldade para caminhar e quase sem ninguém em quem confiar, ela sabia que esse pedido trazia riscos. Mas, como Kevin, estava decidida: se algo acontecesse, faria de tudo para garantir a segurança do namorado de Wanda e assumiria toda a responsabilidade.
Ela também pensara em formas de isentá-lo de qualquer culpa, e o rapaz garantiu que manteria todo o contato com ela de maneira segura, inclusive no envio de vídeos de monitoramento, entre outros.
De todo modo, naquele embate com Kevin, ela não temia perder, pois, claramente, o caso de Thais era ainda mais grave, com provas irrefutáveis, e Kevin não ousaria arriscar.
Seu corpo ainda estava dolorido. Dona Valeria veio chamá-la para comer, mas ela não teve vontade de se mexer.
"Pode trazer pra cá." Desde o início da recuperação, quando mal conseguia andar, ela não comia na cama.
Ela sempre prezara muito aquele lar que construíra com Kevin, não tolerando sujar o que devia permanecer limpo, mas agora, pouco importava.
Além disso, havia passado quase o dia todo fora e feito fisioterapia, estava suada, e Kevin, ao trazê-la de volta, simplesmente a jogara na cama. O lençol já estava sujo e, mais tarde, certamente seria trocado.
Dona Valeria trouxe a comida em uma bandeja.
Giselle não sentia muita fome, mas comeu tudo, pois sabia que, para se recuperar e seguir a vida sozinha, precisaria de um corpo saudável. Estava muito fraca.
Ao terminar, Dona Valeria recolheu a bandeja e perguntou se ela queria tomar banho.
Giselle assentiu com a cabeça, realmente precisava.
"Pode encher a banheira, e depois troque a roupa de cama por uma limpa." Com tanto suor, já não aguentava mais.
"Está bem." Dona Valeria foi ao banheiro preparar o banho.
Giselle tentou sair da cama e andar por conta própria, mas, após poucos passos, sentiu as pernas bambas.
Era uma sensação semelhante ao que alguém sedentário sente após um exercício extremo, mas a dor era muito mais intensa; ela mal conseguia se manter em pé, as pernas tremiam.
Dona Valeria, ao vê-la assim, assustou-se: "Senhora, deixe que eu a ajudo, sim?"
Giselle respirou fundo e assentiu.
Não sentiu vergonha; Dona Valeria já a cuidava há anos. No início do casamento, quando mal conseguia andar, era ela quem a ajudava a tomar banho.
Dona Valeria a apoiou até o banheiro, ajudando-a a sentar-se na banheira antes de soltá-la.
Ele enfiou as mãos entre a espuma e segurou os ombros dela, erguendo-a completamente da banheira.
O corpo de Giselle ficou exposto ao frio, pela primeira vez totalmente vulnerável diante de Kevin. Vergonha e pânico a atingiram de imediato.
Ela começou a se debater, mas era inútil.
Ainda havia espuma em seu corpo e nos pés, a banheira estava escorregadia, e suas pernas sem força. Ele a segurava pelos ombros, e, a cada movimento, ela escorregava ainda mais, quase não conseguia se manter de pé. Se não fosse por ele, provavelmente já teria caído.
"Se quiser se machucar, continue teimando!" A voz dele era grave e ameaçadora.
Giselle se controlou e parou de resistir.
Ela não podia cair, não podia se machucar, nem sequer torcer o pé; faltavam poucos dias para sair de casa, precisava estar bem, não podia correr riscos.
"Vai parar?" Ele perguntou, frio, sem demonstrar qualquer emoção.
Ela preferiu o silêncio.
Ele se abaixou para esvaziar a banheira e depois pegou o chuveirinho para enxaguá-la.
A espuma foi totalmente removida, e ela ficou de pé, sem nenhum disfarce, dentro da banheira, lançando-lhe um olhar de ódio, sem saber o que ele pretendia. "Kevin, não me faça te odiar."

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Dama Cisne Partida
Acho que Kevin morreu…...