A Dama Cisne Partida romance Capítulo 523

Joarez estava sentado entre os pais. Estava mais magro, com o rosto um pouco pálido e o olhar baixo. Parecia muito mais dócil, e também muito mais distante.

"Vocês chegaram, sentem-se, por favor", disse Diana Pacheco Borges, calorosamente.

"Obrigada, tia. Boa noite, tio", disseram os três do lado de Giselle, sentando-se em frente a eles.

Ao ver Giselle novamente, os olhos de Joarez imediatamente ficaram vermelhos, mas, com os pais por perto, ele apenas sussurrou um "Giselle".

"Olá, Joarez", cumprimentou Santiago, educadamente.

As duas famílias sentaram-se para jantar, trocando gentilezas e conversas triviais por um bom tempo.

Havia uma tensão sutil no ar, e ninguém ousava tocar no assunto principal.

Finalmente, Diana suspirou levemente, seu olhar alternando entre Giselle e o próprio filho, e foi direto ao ponto: "Giselle, querida, este jantar é, principalmente, para... nossa família se despedir oficialmente de você. Estamos planejando levar o Joarez de volta para casa. Os negócios da família estão corridos, e a irmã dele não está dando conta de tudo sozinha."

Augusto Borges, que até então permanecera em silêncio, falou com um tom de decisão inquestionável: "O que passou, passou. Os jovens são impulsivos, é natural. Quando voltarmos, vamos colocá-lo para trabalhar na empresa, começando de baixo, para ele sossegar um pouco e deixar de lado certas ideias que não deveria ter."

As palavras da Sra. Borges foram mais veladas, usando os negócios da família como pretexto, enquanto as de Augusto foram de uma franqueza sutil.

Eram palavras dirigidas a Joarez, mas também a Giselle.

Era uma declaração, uma forma de estabelecer um limite claro.

A mensagem era: o filho da família Borges não ficaria importunando ninguém, e Giselle também deveria esquecer essa história. Os dois não deveriam mais ter nenhum envolvimento.

Joarez, de cabeça baixa, lançou um olhar rápido a Giselle e logo em seguida baixou os olhos novamente.

Giselle, claro, já não tinha mais nenhuma expectativa em relação àquele relacionamento. O término era inevitável, mas ainda assim sentia uma ponta de tristeza. Ela também havia se dedicado de coração a Joarez. Ao ouvir aquelas palavras, os copos e pratos à sua frente se tornaram um borrão. "Bem, então, desejo ao senhor, à senhora e ao Joarez uma boa viagem."

Nenhuma palavra a mais, nenhum pedido para que ficassem...

Joarez olhou para ela, e as lágrimas finalmente inundaram seus olhos.

A tia e o irmão de Giselle eram especialistas em conversas protocolares. Depois que o assunto principal foi resolvido, o que se ouviu foram apenas os pais de ambos os lados trocando amenidades sobre assuntos irrelevantes e aleatórios.

Todos foram muito cordiais, mas era uma cordialidade menos sincera que a de uma reunião de negócios, onde, pelo menos, existe a intenção de cooperar.

Giselle não sabia o que os pais de Joarez pensavam dela. Talvez a culpassem pelo que aconteceu com ele.

Se pensavam assim, não havia nada que ela pudesse fazer. Quem não defenderia o próprio filho?

Em uma atmosfera em que todos se esforçavam para manter a paz, o jantar finalmente terminou.

Diana levantou-se sorrindo: "Muito obrigada pela presença de sua família esta noite. Isso deu um desfecho perfeito a esta situação. De qualquer forma, espero que possamos manter contato no futuro."

Eram apenas palavras de cortesia. O fato de não terem se tornado inimigos já era um mérito de ambas as famílias serem pessoas de fino trato.

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