Ele me segurou ainda mais firme contra ele, seu olhar estava divertido.
Ele estava rindo porque eu estava bêbada.
- Me tire daqui. - murmurei me segurando nele.
Ele caminhou comigo pelo salão e por todas as mesas que passamos todos os convidados se levantaram e os homens começaram a comemorar, muitos deles gritaram que era hora da consumação do casamento, e riam satisfeitos, mesmo estando fora de mim achei constrangedor, no final do salão ele se virou e acenou para o rei e a rainha, todos os olhares estavam sobre nós e havia muitas vozes ao nosso redor, ele me segurou pela cintura sustentando a maior parte do meu peso e me levou para o corredor, quando saímos do salão e nos encontramos no corredor vazio, somente com o fundo das vozes e da música que vinha do salão ele me olhou, ainda me segurando perguntou:
- Quer caminhar um pouco no ar da noite? ou prefere se deitar?
- Prefiro me deitar. - considerando que eu nem conseguia andar...
Ele assentiu e como se tivesse lido minha mente me ergueu em seus braços me carregando pelo corredor, eu quis protestar, dizer que não era preciso fazer isso, que eu podia me cuidar sozinha, mas eu não tinha forças para isso.
Eu tinha uma vaga lembrança do quarto que a rainha havia reservado para nós, ele ficava no último andar, então John subiu algumas escadas comigo em seus braços, eu estava com o rosto deitado em seu peito agora e quando inspirei seu cheiro senti um delicioso perfume que eu não sabia identificar, após algum tempo ele parou de subir e caminhou por um corredor.
- Eu consigo andar. - murmurei para ele durante o trajeto.
- Até parece. - murmurou ele.
Finalmente paramos em frente a uma porta grande adornada com detalhes em ouro, havia varias flores desenhadas nela.
Ele tirou uma chave do bolso e abriu a pesada porta, quando entrou comigo no quarto ele estava sobre uma meia luz de algumas velas, e o cheiro de especiarias estava no ar, ele era amplo e quadrado, abrigava em seu centro uma cama gigante com mantas vermelhas, e um dossel, do outro lado um grande armário de mogno, fiquei vagamente ciente de que havia outros móveis mobiliando o quarto e uma janela que deixava a luz da lua entrar.
John Chase me colocou delicadamente no chão, ainda segurando minha cintura ele perguntou:
- Está enjoada?
Eu balancei a cabeça que não, mas meu coração acelerou quando ele me soltou e caminhou para a porta, ele a fechou e em seguida trancou.
Quando ele se virou para mim a luz da lua refletiu em seus olhos e eu quase pude jurar que eles estavam de um tom muito claro de cinza, como se tivessem mudado de cor, ele pareceu perceber que eu havia notado porque andou pelo quarto ficando de costas para mim, o comandante parou em frente uma mesa e se serviu de vinho.
Depois se virou e se sentou em uma cadeira acolchoada, olhando para mim da penumbra.
- Não vai se deitar? - sua voz surgiu no silencio do quarto.
- Você não vai deitar? - perguntei, ele se inclinou saindo um pouco das sombras.
- Você quer que eu deite com você?
Eu arfei e ruborizando novamente, ele havia feito aquilo de novo, guiando a conversa para mim e me deixando desconcertada.
- É apenas uma pergunta Helena, apenas seja sincera.
Eu olhei em seus olhos na meia luz daquele quarto, o modo como parecia conter tantos segredos neles, sua autoconfiança irritante, sua maneira habilidosa de manipular conversas, e o modo como ele sempre passava as mãos nos cabelos os deixando uma linda bagunça, exatamente como estava fazendo agora enquanto aguardava minha resposta.
- Eu não amo você. - murmurei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Escolhida Do Alfa Ilha do Corvo
Gostei bastante do estilo da sua escrita, aguardando os próximos capítulos...
Maravilhosa série espero por mais capítulos...