As palavras dela pairavam sobre a sala, pesadas como colunas de concreto. Aquilo era verdade? Fazia sentido se pensasse na atração obscena que sentia por Amélia Bastos. As informações sobre a vida dela eram muito comuns, mas um pouco vagas, talvez fosse uma forma de camuflar seu paradeiro.
Se realmente fosse ela, estava muito diferente. Começando pelo peso, aproximadamente vinte a vinte e cinco quilos a mais, do peso de sua porquinha quando ela desapareceu.
Mas os cabelos, a altura e a cor dos olhos eram a mesma. Sim, poderia ser ela.
- Agora entende porque temos que trabalhar juntos? – Astrid se levantou, com a maior tranquilidade caminhou até o bar e se serviu de uma dose de martini.
Ler seus inimigos e seus aliados era uma estratégia refinada, na qual essa mulher sem escrúpulo algum tinha total domínio. Astrid sabia que estava de volta ao jogo, porque ela estava a frente das informações que dispunha.
Essa vadia traiçoeira nunca vai revelar tudo o que sabe, Fernando pensou enquanto a observava beber com naturalidade. Era como se não estivesse prestes a morrer a poucos minutos.
- Você não pode voltar para ele. O Darius te odeia, ele sabe que você é uma pistoleira de primeira linha. – zombou friamente.
- Ele pode odiar a Astrid. – ela se serviu de mais bebida. – Se a porquinha pode trocar de identidade, por que eu não posso fazer o mesmo?
- Disperdiça seus talentos, querida. – Fernando olhou para Caio, o dispensando. Astrid e ele sempre uniram negócios e prazer, desta vez não seria diferente.
Finalmente a sós, Fernando começou a se despir, Astrid se aproximou, removendo as alças finas de seu vestido.
Reaver sua porquinha seria questão de tempo, e assim que isso acontecer, Astrid e Darius estarão mortos em alguma vala qualquer. Ela é muito estúpida em acreditar que ele permitiria que o homem que tocou sua propriedade e a usou como bem quis, poderia continuar vivendo. Além de ter ousado agredi-lo.
Darius não sabia, mas no momento em que deu o primeiro golpe naquela noite, ele já era um homem morto. Ninguém ameaçava ou espancava Fernando Vidal, esse tipo de coisa era algo que até mesmo os maiores traficantes do Rio se recusariam a fazer.
O idiota mexeu com em um vespeiro, e agora não tinha como voltar atrás. Em breve, ele teria o que merecia, e Fernando estava ansioso para assistir a destruição de seu pior inimigo.
Astrid foi ingênua e descuidada. Ela nem mesmo pensou nos motivos para a declaração de imprensa sobre um recente ataque à sua vida. Ainda havia hematomas em seu rosto e corpo, e ela nem mesmo tocou no assunto. Uma mulher esperta como ela não deveria acreditar em um teatro como aquele.
Mais um motivo para descartá-la.

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