Amélia
Abraçada ao homem que era o único sentido de família para ela, Amélia permaneceu assim por muito vários minutos. Desfrutando do calor do abraço de um pai, um companheiro, melhor amigo de infância, e agora um heroi.
Uma batida na leve na porta, seguida do anúncio de uma das empregadas. O jantar seria servido em cinco minutos, o tempo havia acabado.
- Vamos descer em um minuto. – anunciou seu pai, ainda a segurando em seus braços.
- Preciso refazer a maquiagem, pode descer papai. – ela disse, se afastando alguns centímetros.
- Não vou deixar você descer sozinha. Espero por você, filha. – Aurélio se sentou na poltrona e cruzou suas longas pernas. – Fique tranquila.
- Tudo bem então.
Amélia voltou para o closet e refez a maquiagem rapidamente. Ela não se arrumou porque queria agradar Leonora, fez isso porque hoje ela não seria diminuída e humilhada na frente de ninguém.
Pintar o rosto não era uma das coisas que ela gostava de fazer, mas aprendeu com Samanta que a maquiagem tinha mais a ver com força e combate, do que com beleza.
Uma mulher que se maquia para ir a uma festa ou um jantar como esse, é o mesmo que um soldado que camufla seu rosto quando enfrenta seus inimigos.
Voltou para o quarto e seu coração se aqueceu com o sorriso afetuoso que seu pai dispensou a ela. Era o mesmo sorriso que ele tinha quando ela entrava em seu escritório para fazer a lição de casa no canto de sua mesa.
- Você está linda, querida.
- Obrigado, papai.
- Bem, é melhor descermos. – Aurélio a deteve antes de abrir a porta. – Falei com alguns contatos enquanto você se arrumava, você vai sair daqui logo e sem expor sua nova vida. É isso que quer, não é?
- As flores, alguém trouxe peônias... – Amélia engoliu a saliva com dificuldade assim que chegou ao pé da escada. – Eu não posso entrar lá...
- Eu estou com você, nada vai te acontecer. Não vou deixar que ninguém te faça mal. – Aurélio afagou seu rosto gelado. – Por que essas flores te assustam tanto?
Ela se preparou para responder, mas quando estava prestes a contar a ele, foram interrompidos.
- Aqui estão vocês. – Leonora chamou, com sua voz mais charmosa e ilusória. – Pensei que teria que buscá-los. É falta de cortesia fazer um convidado importante esperar.
De costas para a entrada da sala de visitas, Amélia sentiu um calafrio apavorante percorrer toda a extensão de seu corpo. Suas mãos estremeceram, seus olhos arderam e seu corpo enrijeceu em um claro sinal de proteção.
- Boa noite, querida. – a voz de Fernando reverberou ao seu redor, como um golpe violento em sua cabeça, interrompendo o fluxo de ar em seus pulmões.

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