A filha do meu padrasto (Depois da verdade) romance Capítulo 24

Já se passaram três dias, desde quando fui na casa do Rodrigo, e parecia que tudo estava se repetindo, a única diferença era que dessa vez, eu não estava tendo o apoio do Diego, pois ele não me ligou mais, desde a nossa discussão.

A Rayssa já percebeu que eu voltei a ser o mesmo robô de antes e passou esses três dias perguntando o que havia acontecido comigo, mas eu fiquei com vergonha de falar do vacilo que dei, quando transei com o Rodrigo, e da injustiça que cometi com o Diego.

- Ele nunca vai me perdoar quando souber que eu transei com o Rodrigo, mesmo depois de tudo o que ele fez.

Falei pra mim mesma, sentada na cama, pensando em fazer a maior loucura da minha vida, mas que eu sabia que era necessário.

Esses três dias serviram pra eu ver que eu não estou nada bem, que isso tudo não está me fazendo bem, e que eu preciso de um tempo pra colocar a minha mente em ordem.

Peguei o meu celular, e liguei pra clinica avisando que eu não poderia comparecer no trabalho, pois precisava resolver um problema familiar, e com o meu histórico impecável de zero faltas, minha chefe compreendeu.

Peguei uma bolsa, coloquei algumas roupas dentro, coisa apenas pra um dia, pois eu iria voltar no dia seguinte, peguei tudo o que eu iria precisar, pra enfrentar uma viagem de quatro horas.

Peguei o meu carro, enchi o meu tanque de gasolina, deixei o celular conectado com o carro caso alguém ligasse pra mim, e segui viagem pra casa dos meus pais.

Eu sabia que a conversa com eles não iria ser fácil, mas era necessário, e era o tipo de coisa que não poderia ser dito pelo telefone.

Eu sabia que pra mim ter uma vida tranquila, equilibrada, eu precisava me curar de verdade.

Eu já tinha saído da cidade de Fortaleza, quando o meu celular tocou, e eu quase perdi o foco da direção quando vi que era o Diego.

Atendi a ligação pelo carro, sem saber exatamente o que falar.

- Oi Dih, falei.

Diego: Estou te atrapalhando?

- Na verdade não, eu estou no carro indo pra cidade dos meus pais.

Diego: Como assim? você não está trabalhando? não tem aula pra você hoje?

- Espera Diego, eu vou parar em um acostamento pra falar melhor com você, tudo bem?

Diego: Eu posso ligar depois se você quiser.

- Não, eu vou conversar com você agora.

Assim que parei o carro, eu precisei ter coragem pra começar a falar, pois aquela conversa poderia tirar o Diego de vez da minha vida.

- Pronto, eu já estou parada.

Diego: Porquê você está indo pra casa dos seus pais?

- Porquê eu preciso conversar com ele sobre eu trancar a minha faculdade por 1 semestre e também quero pedir demissão do meu emprego.

Diego: Porquê isso agora Mel?

- Eu pensei que estava bem, eu pensei que eu havia superado o Rodrigo, mas eu não estou bem e eu não superei.

Diego: É claro que não superou, só fazem três meses, eu só não sei o que isso tem haver com você trancar sua faculdade e sair do seu emprego.

- Porquê eu preciso cuidar de mim Diego, você não entende? eu preciso sumir por um tempo, preciso colocar a minha cabeça em ordem, falei com a voz embargada.

Diego: Calma Mel, me diz o que aconteceu pra você chegar a esse extremo? algo deve ter acontecido. Você não iria decidir isso do nada.

- Ontem eu fui até a casa do Rodrigo conversar com ele.

Diego: Eu não estou acreditando nisso Melissa, qual a necessidade? depois de tudo o que ele aprontou? pra quê? perguntou inconformado.

- Eu fui lá pra terminar da maneira correta, pra escutar de uma vez o que ele tinha pra falar, e pedir pra ele deixar eu seguir minha vida em paz, mas aí...

Diego: Nem continua Mel, eu não quero saber.

- Você está entendendo agora o porquê eu cheguei a esse extremo? você acha que eu quero o Rodrigo de volta na minha vida? você acha que eu quero viver em um relacionamento assim? você não tem ideia do quanto eu fiquei mau por ter sido tão fraca Diego, do quanto eu estou me culpando por isso.

Eu não preciso que você fiquei do meu lado agora, você não tem essa obrigação, e eu não tenho o direito de te pedir isso, mas por favor, não fica agindo como se eu estivesse louca em tomar uma atitude assim, eu tô me afundando naquele apartamento, eu tô trabalhando mau, e estudando medicina com a cabeça completamente fudida, que droga.

Eu não aguentei e comecei a chorar inconsolavelmente.

Diego: Mel, me escuta...

Eu estava soluçando tanto, que eu mau conseguia falar.

Diego: Mel, fica calma por favor, me diz onde você está exatamente, que eu estou indo até você.

Eu respirei fundo, tentando me acalmar pra poder respondê-lo.

- Não precisa vim Diego, eu já estou fora da cidade, já estou a 45 minutos na estrada.

Diego: Por favor, volta, não viaja desse jeito não.

- Eu preciso conversar com os meus pais, eu tenho que continuar.

Diego: Eu te levo lá Melissa, mas por favor, não viaja sozinha, eu vou te esperar em frente ao seu prédio, tudo bem?

Eu realmente estava muito abalada pra fazer uma viagem tão longa, e ter ele do meu lado, mesmo depois de tudo o que ele ouviu de mim, me deixou um pouco menos preocupada.

- Tudo bem, eu estou voltando, falei puxando o ar.

Diego: Tudo bem, aqui a gente conversa melhor.

Quando ele desligou, eu voltei a chorar, existia tanta dor dentro de mim, tanta culpa pelo que fiz, que era impossível me manter no controle.

Não foi essa vida que eu imaginei pra mim, os meus planos e sonhos estavam tão vivos dentro de mim antes do Rodrigo, e agora parecia que nada mais fazia sentido.

Quando faltava apenas 15 minutos pra chegar, eu aproveitei o sinal fechado pra avisar pro Diego que eu estava chegando.

Quando eu cheguei em frente ao prédio, ele já estava lá, me esperando.

Eu liberei a entrada do meu carro e do dele, e quando eu desci e o encarei, eu desabei novamente.

Ele não me olhou com julgamento, muito pelo contrário, ele me abraçou, beijou a minha testa, e ficou um longo período me acalentando, esperando que enfim eu me acalmasse.

- Quem faz isso? perguntei acolhida nos braços dele.

Diego: Isso o quê Mel?

- Isso que você está fazendo. Você está me abraçando mesmo depois do que eu fiz.

Diego: Alguém que gosta de você o suficiente pra entender que tem coisas que não estão sobre o seu controle.

Anda, vamos pro seu apartamento.

Pegamos o elevador, e ele não me largou nem por um momento se quer.

Quando eu abri o meu apartamento, eu sentei imediatamente no sofá, e coloquei as mais no rosto, tentando ter um pouco de equilíbrio, mas eu não conseguia pensar em nada.

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