A filha do meu padrasto (Depois da verdade) romance Capítulo 35

Como eu disse a um tempo atrás, na minha vida existem sempre pessoas dispostas a me ajudar, eu só não sabia, na verdade eu nunca imaginei que a ajuda pudesse vim de alguém que teve a vida revirada por mim.

A Melissa mostrou ter uma superioridade acima da minha, eu jamais teria essa atitude com alguém que fez o que fiz.

Eu já acordei sentindo dor, mas não era uma dor física, era uma dor na alma, daquelas que nada faz passar, afinal, jogar quem se ama na fogueira, é como se estivesse jogando o próprio corpo junto.

Parece até ser um pouco dramático, mas é isso que a minha vida se tornou, um verdadeiro drama.

Quando levantei pro café da manhã, eu estava tranquila, sorridente, a conversa estava leve entre meu pai a Laura e eu, mas na hora do almoço, tudo mudou.

Eu precisava ficar diferente pra que alguém me perguntasse o que eu tinha, eu precisava ter uma abertura pra iniciar a conversa.

Quando sentei na mesa, o Rodrigo ainda não havia chegado, mas assim que ele chegou, eu mandei mensagem pro Matheus, e logo depois mandei a mensagem pra Melissa por debaixo da mensa pra que ninguém percebesse.

Decidi me manter assim, de cabeça baixa, pois eu sabia que os olhares do Rodrigo ficariam sobre mim.

Não demorou muito até ele me interrogar sobre o motivo de eu estar cabisbaixa, eu ignorei todas as perguntas que ele me fez até que a minha atitude chamasse a atenção de todos, e isso aconteceu.

Quando o meu pai perguntou o que eu tinha, eu levantei a minha cabeça apenas pra respondê-lo, pois eu queria que todos soubessem que o meu problema era apenas com o Rodrigo.

Eu não precisei encarar o Rodrigo pra perceber que ele estava bastante incomodado, pois dava pra perceber ele se remexendo na cadeira.

Quando a Laura perguntou qual era o problema, eu finalmente vi a chance de entrar no assunto, e quando falei que o problema era o filho dela, o Rodrigo se irritou na mesma hora, e perguntou do que eu estava falando, pronto, foi o suficiente pro caus se instalar.

A Laura mandou o Rodrigo deixar eu falar, e eu não medi palavras pra expor todos os problemas em que ele havia nos metido.

Eu sabia que ele não era o único culpado, afinal, eu sei a forma como isso tudo começou, mas eu tentei por um fim em tudo, eu lutei com todas as minhas forças pra que eu pudesse ter a miha vida tranquila de volta, mas o Rodrigo não permitiu, então eu não conseguia ver uma outra forma de pará-lo, além de jogar dentro do campo dele e derrotá-lo.

No meio das minhas explicações, a campanhia tocou, e eu já sabia que se tratava da Melissa e dos meninos, o Rodrigo já estava nervoso e ao ponto de explodir apenas com o incio daquela exposição, e eu fiquei me perguntando do que ele não seria capaz de fazer ao ver que se tratava apenas do começo de tudo.

Eu me levantei e fui atender, e fui logo alertando a todos o quanto o Rodrigo já estava irritado, não tinha mais como voltar atrás, a única opção era seguir e torcer pra não acontecer uma tragédia.

Tivemos que falar exatamente tudo, desde o início e dessa vez com detalhes, pois tudo iria contar no processo, por diversas vezes tanto eu quanto a Melissa chorávamos, afinal, estávamos muito abaladas com tudo, fomos orientadas a conseguir provas de tudo o que passamos com o Rodrigo, e isso nós tínhamos.

No fim de tudo, eu e a Melissa nos abraçamos e eu voltei a agradecê-la por tudo , e ela disse que fizemos o que tinha que ser feito.

Ela foi embora com o Diego, e eu fui embora com o meu pai e a Laura, já o Matheus me abraçou antes de eu ir e disse que eu o procurasse quando eu estivesse me sentindo melhor.

Ele sabia exatamente o quanto aquilo tudo havia mexido comigo, e sabia dos meus sentimentos pelo Rodrigo, e mesmo assim, ele demonstrou me entender, demonstrou parceria e amizade, embora eu soubesse bem que já havíamos pulado essa fase, mas realmente eu precisava de um tempo, e vê-lo respeitar esse espaço, me fazia ter a certeza que ele era o tipo de cara que eu queria na minha vida.

Fomos pra casa em silêncio, a Laura não parava de chorar, e o meu pai não falou exatamente nada, eu fui direto pro meu quarto e me derramei em lágrimas, e um tempo depois, o meu pai bateu na porta.

- Entra pai, falei chorosa.

Ele entrou em silêncio, me analisou e deitou do meu lado, ele me trouxe pra perto, eu deitei a cabeça no peito dele, e então eu voltei a desabar, entre lágrimas e soluços e abraços apertados.

O acalento, o apoio e o amor do meu pai foram suficientes pra eu lembrar que eu não estava sozinha.