A filha do meu padrasto (Depois da verdade) romance Capítulo 43

Quando se está preso, a gente não ver o tempo passar, uma hora você pensa que é de manhã, e quando se dá conta já é de noite, você entra no modo automático.

Desde quando o Demétrio me aconselhou sobre investir em mim mesmo, eu não consegui pensar em nada, além de procurar uma forma de melhorar, porém quanto mais eu pensava em ser melhor, mais eu me torturava sobre o filho da puta que fui.

No dia seguinte, a única visita que eu esperava receber, era a visita do Demétrio, mas eu tive uma enorme surpresa ao ver a Melissa me esperando.

Eu confesso que o meu coração deu uma travada, não por amá-la, mas por apesar de tudo ela ainda ter a coragem de me visitar.

Eu conhecia a Melissa tão bem, que só de olhá-la eu já sabia que ela buscava alguma informação.

Tentei ser o mais calmo e educado com ela, tentei não demonstrar a mágoa que eu estava sentindo, mas foi inevitável manter a tranquilidade e a calma por muito tempo.

Eu quero saber o que ela queria, então disse que não esperava recebê-la e ela falou que também não esperava tomar essa decisão.

Ela falou que queria apenas saber se eu estava bem, e foi nessa hora que eu não consegui manter o equilíbrio da conversa, afinal, como posso estar bem preso e longe da pessoa que amo?

Tudo bem que essa parte ela não sabia, mas fui obrigado a expor, na verdade me deixei levar pelo momento e desabafei, mesmo que o meu desabafo tenha deixado ela estarrecida, até mesmo decepcionada.

Pra mim, receber a visita da Melissa era puro insuto, afinal, eu era apenas um lixo.

Pra mim, pouco importava se ela veio me ver por conta de alguma fala ou atitude do Demétrio, nada mudaria a nossa situação, nada mudaria o fato de eu estar na cadeia por colaboração dela.

No fundo eu sei que o real fato de eu estar com raiva, não é por estar apenas estar preso, mas por estar afastado da Yanka.

Ter que passar tudo isso na cara da Melissa foi a minha forma de desabafo, e eu sei o quanto as minhas palavras foram duras e inesperadas, mas eu não tive medo de pronunciá-las, afinal ela estava livre, ela finalmente podia viver a vida que ela diz ter lutado pra ter, e o documento que me poíbe de chegar perto dela e da Yanka já deixou claro que ela me queria longe, então tudo o que ela precisava fazer era se manter longe de mim.

Como já falei pra ela, a maior prisão, é a da minha mente, e ela já me lembrava todos os dias do meu inferno particular.

A Melissa ficou um pouco chocada pelo o que eu disse, mas eu não pensei em retirar nenhuma palavra.

Quando eu mandei ela ir embora eu dei as costas sabendo que ela teria muito o que pensar, eu sei como a cabecinha dela funciona, mas ela já tirou tantas conclusões sobre mim, que eu não faria nenhum esforço pra mudar, não agora, depois de tudo o que aconteceu.

Estava na hora de começar a lutar por aquilo que quero da forma correta, de uma forma que não fosse preciso magoar mais ninguém, eu estava disposto a zerar tudo.

Eu iria lutar tanto por mim, quanto pelo amor da Yanka.

" Yanka, sabe aqueles momentos que a gente não tem muita ideia do que é o amor e acaba se apegando ao mínimo contato com alguém e o intitulamos assim? então, eu pensei já ter conhecido o amor, mas hoje vejo que quando eu te vi pela primeira vez, foi exatamente ali que o conheci de verdade.

Eu não quero prender você, não quero que você pense que te escrevo por querer lhe impedir de viver sua vida, viva Yanka, se divirta, conheça pessoas, busque o melhor pra você, mas se no fim de tudo você não encontrar o que você tanto busca, saiba que mesmo atrás das grades, ou fora delas, eu continuarei amando você ".

Com Amor, Rodrigo.

Escrever uma carta pra Yanka, era como se eu estivesse voltando aos tempos da adolescência, era como se eu estivesse mandando um bilhete pra garotinha, esperando ela me responder com um sim ou com um não.

A parte mais dolorosa na carta que escrevi, é ter que falar sobre ela ser livre e conhecer pessoas quando na verdade tudo que eu queria, era tê-la presa a mim pelo resto da vida, e dar a ela vários motivo pra não querer conhecer mais ninguém além de mim.

" Senhor Rodrigo, tem visita pra você ".

Dessa vez eu tinha quase certeza que era o Demétrio, e ele querendo ou não seria o meu carteiro.

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