“Por Zoe Adkins”
Mesmo sabendo que apenas estaria adiando o inevitável, resolvi enviar sua agenda por e-mail para não ter que encará-lo após o flagrante de Stefano. No entanto, não demora para que o lado profissional me obrigue a quebrar a barreira que eu mesma criei e ir até a sala dele.
Ando pelo corredor, decidida a nem sequer passar pela porta para não cair em tentação, e logo me vejo diante da sala dele. Respiro fundo, tentando conter o calor que as lembranças da noite passada ainda me provocam, e dou duas batidas à porta.
Assim que a abro, sinto o calor dar lugar a um frio inevitável na espinha ao ver Beatrice abraçando Sean. Parte de mim se desfaz sem que eu tenha controle, especialmente considerando o que aconteceu entre nós, mas abro um sorriso para disfarçar o incômodo enquanto Sean se afasta da loira.
— Desculpe interrompê-lo, Sr. Gallagher — digo, ignorando o olhar insatisfeito de Beatrice —, mas vim avisá-lo de que a sala de reuniões já está pronta para a próxima reunião.
— Muito obrigado por avisar, Srta. Adkins. Beatrice, como disse, preciso me preparar para…
— Com licença — corto-o abruptamente.
Sem esperar por resposta, saio da sala o mais rápido possível, ignorando o turbilhão de emoções que me envolve. De volta à minha sala, sento-me à mesa e me concentro nos relatórios e e-mails que precisam ser respondidos.
Cada vez que meus pensamentos ameaçam trazer as lembranças do que aconteceu, me obrigo a dar atenção às planilhas e palavras que enchem minha mente. E assim, após algumas horas, minha mente traz a imagem de Richard, me fazendo sorrir pela nostalgia.
Richard sempre sabia quando algo estava errado na minha vida somente pela maneira como eu trabalhava. Se algo estava desnecessariamente adiantado, era sinal de que algo estava errado.
Saudosa, logo me vejo destrancando uma das gavetas em minha mesa para ler a carta que ele me deixou, hábito que criei para me motivar a continuar mesmo quando tudo se tornou um caos.
— Ah, Richard… Você realmente tinha um coração de ouro — resmungo, enxugando as lágrimas que suas palavras sempre me causam. — As coisas têm sido tão difíceis sem você aqui.
Guardo a carta de volta na gaveta e respiro fundo, torcendo para as próximas semanas passarem num piscar de olhos. No entanto, enquanto volto minha atenção para o trabalho, diversas vezes um pensamento surge em minha cabeça: “Quando foi que a convivência com Sean foi de insuportavelmente intolerável a tentadoramente torturante?”
As horas passam lentamente, e finalmente o relógio marca a hora do almoço. Antes que eu possa decidir o que fazer, meu celular vibra com uma mensagem de Emily.
“Ei, já está disponível para almoçar hoje? Precisamos colocar o papo em dia!”
“Claro, estou livre. Nos encontramos em dez minutos.”
Suspiro, aliviada por ter uma distração por algum tempo, e organizo minhas coisas para sair. Como uma fugitiva, ao ver o corredor vazio, sem a presença de Sean, adianto meus passos e entro no elevador. Alguns minutos depois, chego ao restaurante.

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