As gotas da chuva tornavam-se cada vez mais pesadas, e os relâmpagos iluminavam o céu.
Não muito distante dali, um Bentley preto estava estacionado à beira da estrada. De dentro do veículo, um par de olhos afiados como lâminas fitava intensamente a jovem que se encontrava parada na calçada, enfrentando o temporal.
"Jovem Mestre, ela é a pessoa que estamos procurando." Joe Ebony, o mordomo, checava algumas informações no tablet que segurava e as relatava a seu patrão.
"Tem certeza?" A resposta do homem foi fria como gelo, desprovida de qualquer gentileza.
"Sim. Estivemos investigando cuidadosamente durante o último mês. Não podemos estar errados. Ela é a mulher que invadiu o castelo."
A mandíbula do homem se sobressaía, esculpida em linhas firmes, que denotavam tensão. Com um franzir dos lábios carnudos e belos, ele ordenou: "Tragam-na pra cá".
"Sim, senhor." Joe prontamente obedeceu. Com um gesto simples, Grace foi agarrada por um grupo de indivíduos e levada ao carro, incapaz de resistir.
Atordoada, ela lutou para abrir os olhos e, com o pouco de força que lhe restava, vislumbrou o homem diante dela.
Seu rosto era marcado por traços sedutores, complementados pelos cabelos curtos e levemente despenteados, que lhe conferiam um ar estrangeiro. Seus olhos profundos exalavam uma luz encantadora, enquanto o formato elegante e bonito de seus lábios completava a imagem irresistível.
Sem dúvida, ele era a pessoa mais bonita que Grace já havia visto em toda a sua vida. Entretanto, naquele momento, ela não tinha disposição para apreciar sua beleza.
"Quem é você?"
"Você não lembra? Nós até dormimos juntos. Quem você acha que eu sou?" A voz magnética do homem encheu-lhe os ouvidos.
Grace moveu os lábios, mas não conseguiu pronunciar uma sílaba sequer. Por fim, sua visão se obscureceu, e ela desmaiou por completo.
Algumas horas depois...
Nos limites da cidade, poucas pessoas ou edifícios podiam ser avistados. Ali, uma floresta exuberante cercava um castelo gótico, que se destacava pela sua beleza esplendorosa, mistério e charme cativante.
E Grace sentia dor...
Era como se milhares de insetos venenosos a estivessem picando.
Em uma sala opulenta, um enorme barril de madeira havia sido posicionado ao centro, e ela estava submersa na água. Sua testa estava coberta por finas gotículas de suor; suas sobrancelhas franzidas acusavam grande desconforto, e sua expressão demonstrava intenso sofrimento.
"Ai...", murmurou Grace, esforçando-se para abrir os olhos. Assim que o fez, ela foi surpreendida por uma sala peculiar.
A luz cristalina que pendia do teto ofuscava seus olhos, obrigando-a a erguer a mão para bloqueá-la.
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