Atílio havia presenteado Sebastião com um belo traje, ele estava arrumado e muito feliz.
– Queria poder ver a alegria em seu olhar Sebastião! – Guadalupe exclamou.
– Eu nem sei o que dizer patroa, os dois tem sido tão bons, comigo e Luíza. Ainda mais sendo primo de Leandro... – Sebastião disse e Atílio respondeu.
– Esqueça o passado, só queremos que os dois sejam felizes como Guadalupe e eu somos. – Atílio diz ajudando a dar o nó na gravata borboleta de seu capataz. – Ah e reitero o convite para ir no carro conosco, Gabriel irá levar Amélia e Jamile de charrete.
– Agradeço por mais esse convite, mas prefiro chegar a cavalo. – Sebastião não queria abusar da boa vontade dos patrões.
– Eu te entendo perfeitamente. – Guadalupe respondeu.
Os dois entraram no carro e foram para a fazenda de Saulo onde a maioria dos poucos convidados os esperava. O padre estava lá, ansioso por esse noivado e por marcarem a data da cerimônia.
Sebastião
Eu nem saberia como me portar ou que palavras dizer a ela na frente de todos, só sei que quero passar a minha vida com ela. Montei em meu cavalo, quando estava a metros de chegar na fazenda fui interceptado por dois homens armados.
– Parado aí! – Fernando entrou na frente de Sebastião.
Um terceiro homem surgiu, portando um sorriso irônico. Estava bem vestido.
– Então acho que desafiaria um Fontes e ficaria impune? – Raul avisa com um sorriso desafiante.
– Deve ser pai de Leandro, já ouvi falar no senhor. – Sebastião não se intimida.
– É bom que a partir de hoje se lembre do meu nome. – Raul autoriza a covardia.
Senti um forte golpe na cabeça e tudo escureceu.
Guadalupe e Atílio chegaram na casa de Saulo, Margareth a levou até o quarto da amiga e as duas conversavam.
– Estou ansiosa. – Luíza fala para Guadalupe.
– Está mesmo feliz?
– Sim Lupe, não sei se o que sinto por ele é amor ou esperança de me esquecer do passado.
– Leandro está de volta com Celina!
– Eu soube, papai me disse mais cedo. Sinto uma angústia aqui dentro do coração quando ouço o nome dele, quero que isso saia de dentro de mim e não me deixe sufocada nunca mais.
– Abra seu coração para Sebastião Luíza, vai ver como todas as dores irão sair.
As duas se abraçaram forte e depois que Luíza se arrumou, as duas desceram e se juntaram aos outros convidados.
– Jacinto acaba de me dizer que sua casa está pronta filha, não sei se eu quero que vá para longe de mim. – Atílio avisa Jamile e ela prontamente responde.
– Papai, mas não é nada longe. Estarei a apenas alguns metros do senhor e da Lupe e eu não sei se esse é o melhor momento para dizer o que preciso.
– Vou entender se quiser dizer apenas ao seu pai. – Guadalupe ia sair e deixar pai e filha a sós, mas Jamile a conteve.
– Você é minha melhor amiga desde que cheguei, quero que saiba.
– Está me assustando, fale de uma vez. – Atílio pediu ansioso.
– Me perdoe por envergonhar o senhor diante de toda a cidade e a vila, mas quero me separar de Gabriel.
– Desistiu de lutar pelo amor dele? – Guadalupe perguntou e Jamile não conteve as lágrimas.
– Sim Lupe, sou jovem como você, mas não quero ver minha mocidade passar sentindo o quanto ele me rejeita.
– Já sabe o que as pessoas dirão se de fato você se separar dele. – Atílio disse, sabia que naquele lugar pequeno sua filha sofreria com as fofocas.
– Estou sofrendo papai, pode não parecer, mas eu estou.
– Eu aceito sua decisão, mas se vai se separar dele. Quero que viva conosco! – Atílio pegou a mão da filha.
– Não quero atrapalhar a vida de vocês e ser um fardo para sempre.
– Você não é! – Guadalupe diz.
– Não vou ficar sozinha para sempre, quero ter filhos e um homem que me ame.
– E você terá filha, você vai ser feliz e vou cuidar disso pessoalmente. – Atílio responde.
– Eu te amo pai, amo o senhor, amo a Lupe e Amélia que me acolheram tão bem e me deram um lar depois de me sentir tão sozinha nesse mundo.
Atílio abraçou as duas, estava triste em saber que a vida da filha não estava seguindo como deveria e desejava tanto que ela fosse feliz como ele é.
Gabriel olhava para os três, sentia que as coisas iriam mudar de agora em diante.
Algum tempo depois, Luíza andava de um lado para o outro, aflita e ansiosa.
– Todos estão questionando o motivo da demora do noivo. – O padre diz e Luíza pede a ele que esperem mais um pouco.
– Ele vai vir padre, sei que vai!
– Acho que pode ter acontecido alguma coisa, talvez tenha caído do cavalo. – Guadalupe diz e Gabriel a interrompe chamando a irmã.
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