RAVEN
— Estou muito orgulhoso, minha lobinha feroz, você foi excelente — ele me elogia acariciando e beijando meu cabelo, e minha alma se enche de amor.
— Agora se alimente, ainda tem outras batalhas. Mas acho que já vão pensar duas vezes antes de se meter com você.
Sorrio em resposta e meu nariz sente o doce aroma do sangue gelado dele. Meus lábios se colam à ferida em seu peito e bebo da força do meu homem.
O resto do torneio, naquele dia, virou história — ninguém do meu grupo conseguiu me vencer.
Verena, convenientemente, perdeu sua primeira luta, ou talvez porque na vida nunca tinha matado nem uma galinha — sempre tramando feito víbora nas sombras e com o apoio da mãe.
Ela me olhou com desafio, como quem diz: “ficou querendo”, mas o que a estúpida não sabia era que quem ganhasse no grupo podia escolher com quem lutar na batalha final dessa rodada.
E adivinha quem foi a vencedora das lutas daquele dia?
— Quero lutar contra ela, a Luna da matilha Lagoa Azul — apontei para ela desde a arena, e Verena ficou perplexa nas arquibancadas, com os olhos arregalados e assustada.
— Vamos, levanta, a Luna Raven está te chamando! — uma loba ao lado a empurrou com desprezo.
Se tem algo que nossa raça odeia, é covarde — e da minha querida meia-irmã, o medo fedia pelos poros.
Ela se levantou e caminhou como uma tartaruga, descendo os degraus das arquibancadas passo a passo até a arena — vi até a intenção de sair correndo.
— Vamos, se apressa! Não temos o dia todo!
— Ai, coitada, dá pra ver que tá toda tremendo. Será que vai fugir?
— Não vai fazer xixi na arena, hein? Ainda tem mais luta depois!
— Ela vai acabar com ela! Que vergonha pra nossa raça. Pelo menos resiste com dignidade! E essa aí é mesmo Luna de uma matilha?
— Sim, de uma matilhazinha do sul. Se não me engano, se chama Lagoa Azul.
— Acho que vou dizer ao meu pai pra atacar essa matilha. Se a Luna deles é assim tão patética, imagina o Alfa.
Todos murmuravam ao redor e o rosto de Verena alternava entre vermelho e branco pálido.
Ela me humilhou diante de uma matilha qualquer — eu ia me encarregar de arrastar a cara dela na lama diante de todas as matilhas do reino.
— Raven, somos irmãs, meu pai te salvou… — murmurou, me olhando suplicante.
— Já disse: teu pai. Você não é nada minha, então aperta os dentes, irmãzinha falsa, e mostra os ovários que teve pra me humilhar no passado.
A ameacei — e cumpri.
O gongo soou e me joguei sobre ela, mas só pra brincar.

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