RAVEN
— Ele mal respira, mas ainda está vivo. Temos que levá-lo com urgência para a enfermaria, senão ele vai morrer — quando o servo deu seu veredito, acho que se ouviu um suspiro geral dos membros da nossa matilha.
Todos, menos Eamon, que rosnou e continuava olhando para o lobo moribundo. Tenho certeza de que, se lhe dessem uma chance, ele o mataria de vez.
Eu não quero que Marco viva, é claro que desejo ser livre, mas eu não sou o centro do mundo, há coisas em jogo aqui muito maiores e mais importantes.
Quando Cedrick for o Rei, o que Marco vai ser diante dele? Apenas um cuspe, embora, na verdade, ele já seja isso.
— Levem-no para a enfermaria e me avisem se ele morrer — o Rei ordenou aos seus homens, que imediatamente enfaixaram o pescoço do lobo para evitar que sangrasse até a morte e o carregaram para fora do nosso campo de visão.
— Alfa Cedrick, volte à sua forma humana. Acho que não preciso de muita explicação para saber quem foi o culpado.
— Pensei que tinha ficado bem claro que fora do torneio não são permitidas lutas particulares, muito menos assassinatos. Se esse Alfa morrer, o senhor vai ter que prestar contas à sua matilha — disse ele, fingindo ser um líder justo.
Filho da puta hipócrita.
Por mais que Cedrick tentasse se minimizar, sua força era óbvia. O Rei só via ali uma oportunidade de se livrar de uma ameaça.
Talvez até suspeitasse que a perda constante de tantos tributos de escravos era culpa do meu Alfa.
Se Cedrick entrasse nas masmorras dele, nunca mais sairia.
— Espere, majestade! — eu não pensei nem por um segundo e rodeei Eamon de repente, ficando na frente dele e me ajoelhando diante do Rei.
Eu estava com medo, mas mais uma vez, seria corajosa.
— A culpa é toda minha. Meu Alfa o atacou por minha causa. Se alguém merece um castigo, essa sou eu…
“RAVEN, NÃO!” Cedrick rugiu na minha mente, mas simplesmente não o escutei.
“Comigo ou sem mim, os planos têm que continuar” foi a única coisa que respondi e o bloqueei.
— Culpa sua? Me explique direito, porque não entendi todo esse drama.

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