RAVEN
Ainda assim, só tinha uma coisa na minha mente: assassinar o Rei. Não podia decepcionar o Cedrick!! Não podia!!
Forcei meu poder a sair, mas também não consegui atacar, e quanto mais tentava forçar, mais dor sentia. A pior dor física que já senti atravessou meu peito.
— Aaahhh, maldit0, sai, sai, maldit0 fogo!!! O que você fez comigo?! O que foi que fez?!
Eu não conseguia respirar, e meu lobo de fogo parecia encarcerado. A magia, prestes a sair, ficou presa no meu braço, me queimando por dentro.
— Cedrick, Cedrick, foge, é uma armadilha, foge!! — gritava feito louca agarrada à grade. Mas lá embaixo, o som da luta e dos combates abafava meus gritos frenéticos.
Todos rugiam, rosnavam, e os gritos dos convidados que não estavam envolvidos ecoavam por todo lado, enquanto tentavam sair ao mesmo tempo pela porta de entrada que permanecia fechada.
Eu sentia tanta dor... Mas o que mais doía era o que meus olhos viam através das lágrimas.
O Rei se recuperou num segundo e se transformou num enorme lobo negro que começou a lutar contra Eamon.
A porta finalmente se abriu, e os soldados guerreiros não paravam de chegar, prontos para acabar com a rebelião.
Nossos aliados lutavam até a morte, transformados em seus lobos, mas olhavam ao redor, desesperados, desconcentrados... esperando algo. Esperando por mim.
Mas eu tinha caído de novo numa armadilha. O Rei esteve nos esperando o tempo todo.
— Cedrick, Cedrick! Me solta, maldit0 traidor, me solta! — ele começou a me arrastar pelo tornozelo livre. O outro doía como se tivesse se partido em mil pedaços, preso por algo que parecia metal... um grilhão.
— Ele te salvou, ele te salvou, ingrato! Está mandando ele pra morte! Me solta! ME SOLTA!
Sena, se transforma, Sena!
Não consigo, Raven, não consigo me transformar!
Eu chutava com o pé machucado pra trás, às cegas, como uma louca. Não me importava que estivesse à beira do desmaio de tanta dor. A grade se afastava cada vez mais dos meus olhos, e eu já não conseguia ver o que acontecia na batalha.
Eamon era forte, mas de frente com o Rei, ele não teria chance. Só um milagre... Não, não, não!
— Sinto muito, eu não tive escolha — escuto de repente por cima do meu corpo que se debatia, e então uma agulha perfura profundamente minha perna.
— Aaaahhhh, maldit0 infeliz! Todos vocês são traidores! Todos! Ele acreditava em você! Ele acreditava em você! Cedrick… — meus olhos embaçados foram se fechando, presos na grade distante que desaparecia na escuridão.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha