ALFA RAVEN de Escrava a Rainha romance Capítulo 163

RAVEN

— Três palavrinhas bonitas não vão me convencer, Rei Alfa. E é claro que vou ter seu precioso trono, então quando chegar a hora, esteja preparado pra deixá-lo de forma pacífica… ou na marra.

Afasto sua mão e o empurro com força pra que me solte.

Ele fica parado me observando, e milhares de emoções passam por dentro daqueles olhos azuis turbulentos.

Não quero mais olhar pra ele, porque isso só me traz dor e arrependimento.

Me faz questionar minhas decisões, e agora não penso só por mim.

Sou mãe, e meu filhote não vai sofrer todas as humilhações e desprezos que eu passei, nem mesmo estando ao lado dele.

Ninguém nunca me considerou à altura do incrível Alfa Cedrick, muito menos do Rei Alfa.

Caminho para longe e viro de costas, pra que ele não perceba minhas dúvidas nem minha fraqueza.

— É por causa do filhote? — ele diz de repente, e eu me tensiono.

Não pode ser… desde quando ele me espiona pra já ter visto Aidan?

— Eu sei, você tem um filho. Quer o trono pra ele? Quem é o pai desse filhote? Ele… é meu…?

— Não! — me viro de repente, e sei que esse “não” saiu desesperado demais.

Suspiro e tento parecer convincente.

— Nem se atreva a chegar perto do meu filho ou juro que te mato de verdade. Ele não é seu, é meu e só meu.

— É filho daquele homem? Raven, por favor, não mente pra mim — ele pergunta, e os olhos dele começam a ficar gelados.

— É sim. É filho do Marco. Ele me ajudou a fugir, e depois ficamos juntos antes de morrer num acidente.

Digo a maior mentira da minha vida, e meu coração aperta quando vejo a decepção e a tristeza passando pelos olhos dele.

Cedrick abaixa a cabeça e fecha os punhos com força ao lado do corpo.

Se ele pensar em fazer algo contra Aidan, se ameaçar meu filhote, eu não vou ter piedade. Juro que mato ele de verdade, mesmo que meu coração morra junto. Ele…

— Eu vou aceitá-lo como meu. Ele não tem pai. Não me importa se é daquele homem ou de qualquer outro. É filho da mulher que eu amo. Eu vou criá-lo como meu filhote. O trono será dele, como nosso filho mais velho — ele me diz de repente, e eu levanto a cabeça, surpresa, procurando falsidade no rosto dele.

Todos os meus sentimentos se revoltam dentro de mim e minhas mãos tremem.

“Não faz isso, Cedrick… não me tenta assim. Porque, mesmo que eu tente parecer de ferro, eu não sou. Seja um rei babaca que não quer largar o trono, me despreza, rejeita nosso filhote, me dá motivos pra te odiar, por favor.”

— Ele não precisa de um pai, assim como eu não preciso de um Rei. Já vai embora. Eu te ouvi, e não me interessam suas desculpas nem suas propostas. O que você me oferece, eu mesma posso conquistar.

Volto a virar as costas e caminho até a porta, abrindo-a pra que ele vá embora.

— Raven, por favor, pensa no que falamos. Eu não vou desistir — sinto ele se aproximar.

— Vai sim. Porque da próxima vez que nos encontrarmos, Cedrick Walker, será como inimigos no campo de batalha. Não volte aqui… ou não sairá vivo de novo. Agora vá embora — aponto pra porta e o ouço suspirar.