NARRADORA
Espera… não era a primeira vez que via aquela flor, no quarto da Raven… não, não, não… ela estava espalhada por quase toda a alcateia, mas era rosa-claro. Por que agora estava tão vermelha e grande?
— Cedrick, o Alfa morreu? Ele te falou alguma forma de escapar? — a voz de Raven o tirou de suas especulações.
Ele ia responder, mas ao olhar para trás, para as sombras atrás das costas de Raven, viu a forma de um punhal no ar, feito de cipós verdes entrelaçados, com uma ponta afiada e venenosa, pronto para perfurar as costas de sua mulher pelas costas.
Exatamente como mataram o Alfa!
— RAVEN, CUIDADO ATRÁS! — Cedrick não pensou nem por um segundo antes de se lançar sobre ela e jogá-la no chão.
BAM!
Eles caíram pesadamente sobre a madeira velha e então perceberam, horrorizados, que de todos os cantos escuros e fendas, como se fossem cobras rastejantes, verdes e marrons, a flor sobre a cômoda tinha espalhado o que pareciam ser suas raízes para cercá-los e atacá-los.
— Que tipo de feitiçaria maldit4 é essa? Ssshhh…
Raven levou a mão ao braço, sentindo uma dor aguda onde tinha sido ferida pela ponta daquela coisa.
Como uma planta podia ser tão dura?
— Raven, não… isso deve ter veneno… maldiçã0! — Cedrick xingava por ter vacilado. Um segundo apenas, e Raven já estava ferida.
— Calma, Cedrick. Meu poder está lutando contra ele. O fogo queima muitos venenos. O mais importante agora é… como diabos a gente sai daqui? — eles se levantaram devagar, tentando não provocar a besta adormecida.
O quarto estava cada vez mais cheio de cipós, cercando-os, esperando o momento certo para atacar, quando não houvesse mais saída. E eles sabiam disso.
A porta já estava bloqueada, e na janela começava a crescer descontroladamente.
“Queima tudo, Raven, a gente pula pela janela!”, ele falou em pensamento. O tempo estava se esgotando, precisavam agir logo.
“Cedrick, mas você… você também vai se queimar!”
“Minha Rainha querida, aprendi alguns truques com os homens do inverno nesses anos. Se não for por muito tempo, eu aguento. Vamos, Raven, agora!”
BOOOMMMM!
Uma explosão estrondosa foi ouvida no segundo andar da mansão e pela janela surgiu um enorme Alfa envolto em geada, carregando nos braços uma mulher completamente coberta de chamas.
Atrás deles, um gigantesco lobo de fogo Alfa rugia para algo dentro do quarto e, em segundos, também saltou para a rua, envolto em suas chamas mágicas.
Ao chegar na praça, Raven apagou as chamas do corpo — quase foram feridos por aquela coisa assustadora!
— Cedrick, temos um problema. Minhas guerreiras… não respondem — disse Raven, visivelmente preocupada.
— Quem desconfiaria de uma simples flor ou planta? E se elas também foram atacadas por isso?
— De qualquer forma, precisamos correr para as fronteiras, Raven. Estou com um pressentimento péssimo. Isso é magia antiga e muito negra. Tem uma bruxa envolvida nesse cerco, e não sei de onde saiu uma, já que estão quase extintas, mas essa aí é uma inimiga perigosa demais.
— Vamos, rastreie suas guerreiras, ache a mais próxima que você conseguir sentir!
Eles começaram a correr, ignorando os olhos que os vigiavam atrás das janelas.
Ao que parecia, todos estavam sendo ameaçados com seus familiares, mas mesmo assim… de um jeito ou de outro, tinham participado daquela armadilha — e agora, suas vidas estavam por um fio.
O faro dos dois também estava enviando sinais sombrios.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha