NARRADORA
Quase todas eram lobas, e alguns poucos lobos mais velhos e calejados.
Fracos, de pé apenas pela força da vontade, da vingança e da raiva.
Sangue por sangue, carne por carne.
A loba era Clárens.
“Deixe esse guerreiro conosco. Estamos fracas, mas somos muitas. Depois te ajudamos contra o Alfa. Resista.”
Ela falou pelo vínculo comum entre os lobos, ao mesmo tempo em que um círculo de morte se fechava ao redor do guerreiro, que olhava nervoso por onde escapar.
Era um macho mais forte e treinado, mas estava sozinho — e os inimigos eram ao menos dez.
Vincent assentiu, grato, e então concentrou toda sua força novamente no Alfa.
Não importava o que tivesse acontecido, agora iriam colidir mais uma vez, mas desta vez as coisas não seriam iguais.
Um adversário antes forte, preciso e letal havia se tornado hesitante, cometendo erros e sofrendo ferimentos desnecessários.
Theodor estava horrorizado por dentro — não conseguia controlar praticamente nada do seu corpo!
Sentia-se como uma marionete sendo movida pela vontade de outra pessoa.
Tentou de tudo: comandar Vincent de novo, se transformar em humano, escapar daquele pesadelo... e nada funcionava!
Ele entendeu tudo quando os caninos impiedosos de Artemis se cravaram em sua garganta.
Havia sido manipulado por aquela mulher. Aquela bruxa. Ela lhe deu a pista de que Vincent buscaria os reféns, o incitou a ir — apenas para usá-lo como peão no seu jogo macabro.
Ela o enganou, e ele, de idiota, caiu direitinho.
Artemis fechou as mandíbulas com toda a força até ouvir o “crac” da traqueia se partindo, os últimos suspiros de agonia do Alfa, e a luz se apagando nos olhos do seu lobo.
Então, aos poucos, o corpo peludo foi tomando forma humana, até cair ali, estendido como lixo na terra encharcada de sangue.
Um outro uivo agonizante se ouviu bem perto e, depois, silêncio — só interrompido pelos ofegos dos lobos e alguns rosnados.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha