Raven
Fiquei parada feito uma tonta diante daquele quarto enorme. Nunca tinha tido tanto espaço só para mim!
A cama de madeira maciça com dossel era gigante, e lindas cortinas cor marfim pendiam dos postes.
Um conjunto de sofás perto de uma enorme janela — que, ao me aproximar, vi que na verdade era uma porta de vidro — dava acesso a um pequeno pátio interno.
“Uau, tudo aqui é lindo, Raven. Tem certeza de que esse é o nosso quarto?”
“Parece que sim”, respondi a Sena, que também estava impressionada.
Caminhei até uma porta numa das paredes, mas ao tentar abri-la, percebi que estava trancada do outro lado.
“Imagino que dê acesso ao quarto do Alfa.”
“Raven, eu sei que é necessário o Alfa te ajudar a controlar seu poder pra você não se machucar, mas... você tem certeza de que está pronta pra isso?”
Sena perguntou com preocupação, e a verdade é que certeza eu não tinha.
E meu nervosismo só aumentou quando duas criadas entraram para preparar meu banho e tiraram minhas medidas para fazerem roupas novas.
Pude ver no rosto delas a inveja e o desprezo estampados.
Com certeza estavam se perguntando o que uma pobre escrava como eu estava fazendo dormindo ao lado do cobiçado Alfa.
— Você viu a roupa dela? — me aproximei do banheiro para perguntar onde estavam as toalhas, e as ouvi conversando. Nem estavam se preocupando em disfarçar.
— O Alfa tem gostos cada vez mais esquisitos. Com tantas lobas lindas e excelentes se oferecendo pra passar o cio com ele, e ele vai escolher uma escrava? — a outra respondeu.
— Lore, o que você está fazendo? — elas baixaram o tom de repente, e eu aguçei os ouvidos. Não via o que estavam fazendo, mas estava colada na porta aberta.
— Essa idiota nem sabe o que são sais de banho. Vamos ver como ela vai ficar toda cheia de bolhas na frente do Alfa hoje à noite — e começaram a rir baixinho.
— Ei, você está colocando demais. Tá exagerando.
“Raven, essas mulheres estão tramando algo contra a gente.”
“Sena, acho que está na hora da gente mostrar quem vai mandar aqui. Se quisermos tirar essas correntes, temos que começar desde já.”
E com isso, entrei no banheiro como se não soubesse que estavam armando algo contra mim.
— Está tudo pronto? — perguntei, me aproximando delas. Elas me encararam de frente, desafiadoras e arrogantes.
— Está sim. Não me diga que quer que a gente te dê banho também? — respondeu a que disse que eu nem sabia o que eram sais de banho.
A verdade é que eu realmente não sabia.
— Não quero mulher nenhuma me tocando, mas antes de irem, tem uma coisa que precisam fazer. Entre na banheira e prove a água — ordenei num tom igualmente rude.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha