NARRADORA
Ela nem teria resistido tanto tempo quanto Mortimer; se ele sobreviveu separado de Raven durante todos aqueles anos, foi porque sabia que ela ainda estava viva em algum lugar, e era essa esperança que o mantinha em pé.
— Tome, esses são os livros com os quais aprendi magia com meu tutor. A maioria das coisas você já sabe, mas alguns de nós nascem mais poderosos que outros — olhou de longe para Aidan.
— Seu filhote vai ter dificuldades no futuro… só um homem do inverno no meio de tantas Centurias. Não se acomode, Cedrick, você precisa encontrar mais da nossa espécie para equilibrar a balança.
— Eles existem. No entanto, suspeito que escaparam por algum daqueles portais mágicos escondidos. Aqui, neste diário de anotações, te deixo tudo o que sei sobre isso e minhas suposições.
— Todos os artefatos mágicos que criei pra você estão ativos. Carregam minha magia. Pode usá-los com confiança para se defender…
— Tio…
— Boa sorte, sobrinho. Seu pai estaria muito orgulhoso de você… assim como eu estou. Só te peço um último favor…
Cedrick pegou alguns livros antigos encapados em couro e assentiu, solene, para o tio.
— Enterre meu corpo com ela… com minha companheira… em um lugar bonito…
Cedrick lhe deu um tapinha nas costas e o último abraço.
— Vamos acabar com aquela desgraçada. Não vou deixá-la continuar destruindo minha família — e seguiram formando um grande círculo, cheio de inscrições antigas gravadas no gelo.
Dalila também se aproximou para ajudar no que podia, embora o feitiço fosse de gelo. Enquanto isso, planejavam os próximos passos. Mortimer falava sobre o que Silvana provavelmente faria e como contra-atacar.
Meia hora depois, tudo estava pronto.
No centro do círculo, de pé, um de frente pro outro, estavam o lobinho trêmulo de Aidan e Mortimer, que começou a recitar poderosos encantamentos numa língua desconhecida.
A temperatura na caverna caiu rapidamente, ficando cada vez mais gélida. Cedrick se posicionou na frente das Centurias para protegê-las da magia do inverno tão intensa.
A neve surgiu e se espalhou pelo chão e paredes, flocos caíam do teto.
As runas brilhavam num azul congelante, e Theo começou a choramingar de medo.
“Não tenha medo, filhote… a magia que te dou é pra proteger sua parte humana. Cuide dela e a defenda. Torne-se um lobo do inverno guerreiro e me encha de orgulho.”
Mortimer olhou nos olhos lupinos do lobinho, acalmando-o e elevando suas preces à Deusa, pedindo permissão para guardar sua força e espírito mágico dentro de Theo.
Uma luz intensa e poderosa brilhou, cegando todos, como se milhares de cristais de gelo explodissem ao mesmo tempo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha