NARRADORA
Hakon havia deixado seus homens numa parte da floresta próxima ao castelo, com uma ordem clara: que não o procurassem nem que estivessem agonizando.
Se alguém morresse, que enterrassem o corpo e só o avisassem quando ele voltasse. Tão direto e insensível quanto sempre. Mas os guerreiros fortes e calejados que o acompanhavam nem reclamaram.
Na verdade, muitos queriam voltar logo para o pântano, mas as ordens do líder eram respeitadas sem questionar.
E quem não gostasse… que o desafiasse em um duelo.
Mas quem seria o louco de interromper um Alfa no momento de se acasalar com sua fêmea? Eles, com certeza, não.
Durante o resto do dia, Hakon se afastou para encontrar o lugar ideal, o refúgio perfeito para sua primeira vez com sua mate.
“Hakon, você acha que nossa fêmea vai vir?” uma voz rouca e primitiva soou em sua mente.
“Não tenho certeza, Lorcan… algo a faz hesitar. Mas sei que ela nos deseja. Não entendo, mas não vou desistir. Eu adoro aquela fêmea — e sei que você também.”
“A Deusa a fez sob medida pra nós. Não vou deixá-la ir. Nunca.” respondeu ao seu enorme lobo cinza.
“Será por causa do macho que a marcou?” Lorcan rosnou, mostrando os caninos em fúria.
Eles haviam notado na nuca dela uma antiga marca. Quase apagada, mas estava ali — Anastasia já havia sido marcada por outro.
“Espero que não… mas se ele aparecer pra reivindicá-la, eu o mato. Ninguém vai tirar minha fêmea. Não vou permitir.”
Hakon observava o palácio ao longe, de cima de uma árvore. O sol se escondia no horizonte e ele contava os segundos.
“Eu preciso marcá-la. Estou morrendo de vontade de dar o nó na minha ruiva. Hoje, ela será nossa.” declarou a voz animal de Lorcan.
Ele havia nascido um lobo guerreiro, puro, selvagem. Só não fora Alfa antes porque não queria responsabilidades. Deixou o cargo para o irmão mais velho, nascido na mesma ninhada. Mas no fim, o destino sempre dá um jeito de te alcançar.
Anastasia era seu destino — e nenhum dos dois abriria mão dela.
Se ela não viesse por vontade própria… iriam até o castelo raptá-la.
Mas a Beta estava decidida a apagar seus medos e acender de vez a chama que aquele macho selvagem tinha despertado em seu coração… e entre suas pernas.
Ela tirou o relicário do pescoço, o encarou com carinho e o deixou sobre a mesinha ao lado da cama.
Esperou o anoitecer. Nenhuma subordinada a procurava. Não havia ordens a cumprir.

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