NARRADORA
— Sei que há especulações e cochichos. Vou deixar bem claro: essa fêmea ao meu lado é minha companheira destinada, minha mate, e a única pra mim.
— As leis vão mudar a partir de agora, e quem não gostar, tem duas opções: ou vem arrancar minha cabeça ou pega o rumo e cai fora do meu pântano.
Simples assim.
Ele sempre falava desse jeito, com força e nada de diplomacia.
Essa era a linguagem do pântano.
Claro que os guerreiros do Conselho franziram o cenho. Muitos na matilha não concordavam e lançavam olhares meio hostis para Anastasia.
— E aviso mais uma vez — acrescentou olhando para o Conselho.
— Quem ousar desrespeitar minha mulher, até mesmo com um olhar torto, se for homem, se prepare pra perder pelo menos os dentes. Se for mulher, a expulsão é o que a espera.
— Anastasia Centuria é a Luna de vocês. A única que terei. E quero respeito pra ela — mais do que o que têm por mim. Ficou claro?
— EU PERGUNTEI SE FICOU CLARO, MATILHA?!
Rugiu com toda a sua voz de Alfa superior e fez os corações tremerem.
Todos responderam que sim, meio a contragosto, e abaixaram a cabeça, engolindo a insatisfação. Todos, menos uma.
— Alfa, eu não concordo — Tatiana saiu do meio das lobas.
Estava lindamente arrumada, com suas melhores roupas, tudo pra tentar chamar a atenção de Hakon outra vez.
Nunca passou pela cabeça dela que o Alfa só se acasalava mais com ela por causa dos genes fortes de loba.
— Essa mulher é uma estrangeira, uma Centuria que nem pode te dar filhotes machos como herdeiros.
— Entendo que seja sua mate, mas e daí? Isso aqui não é definitivo. O posto de Luna é algo que se conquista, como fizeram todas as outras.
— Tatiana…
Hakon rosnou o nome dela entre os dentes, irritado com a desobediência.
Quem essa mulherzinha achava que era? Só porque ele transou com ela duas vezes mais que com as outras, já se achava rainha do pântano?
Hakon tinha descoberto o motivo da raiva de Anastasia e estava prestes a agir, mas não foi necessário.
— Concordo com você que o posto de Luna tem que ser conquistado.
Anastasia falou de repente, atraindo os olhares dos presentes.
— Então, se quer tanto assim, proponho algo, diante de toda a matilha. Te desafio para uma luta.
— Se eu ganhar, você vai embora da matilha sem reclamar e eu assumo meu lugar de direito. Se eu perder, eu mesma vou embora pra sempre. Que me diz?
"Hakon" — ela chamou em pensamento.
"O que foi? Está com medo de machucar sua fêmeazinha?", retrucou com sarcasmo e raiva.

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