NARRADORA
— Ela foi envenenada por uma planta que cresce aqui no pântano, que destrói o útero das lobas grávidas. Se parece com ervas aromáticas… ninguém além da nossa própria gente poderia ter feito isso! — disse Hakon.
— Não pode ser...
— Como é possível? Nunca ouvi falar de um veneno assim...
— Que planta é essa? Alfa, por favor, investigue a fundo...
A matilha do pântano começou a se agitar, inquieta.
No meio deles, Inna pensava nas contramedidas.
Como é possível que descobriram tudo tão rápido?
Por ser uma planta rara, chegou a imaginar que até poderiam pensar que vinha da área dos Homens do Inverno.
Haveria muitos suspeitos — ninguém desconfiaria de alguém insignificante como ela.
Mas então a viu… e lembrou.
Era aquela loba velha que já devia estar morta há muitas luas. Nem sabia que ainda estava viva!
Um dos filhos a carregava, descendo da casa do Alfa… ela foi quem identificou a planta misteriosa!
Será que então também sabiam da outra pessoa que conhecia o segredo?
— ONDE ESTÁ O ANCIÃO MELA?! QUERO ELE AQUI AGORA MESMO! — Hakon ordenou com sua voz de Alfa, e o coração de Inna tremeu.
Não, não, não... Clárens era ajudante do ancião Mela. Ela tinha acesso ao livro de ervas também. Por isso a escolhi como bode expiatório.
Só que agora… já não se sentia tão segura com todas as suas tramas e cálculos.
Será que aquele velho Mela suspeitava dela? Maldiçã0!
Seu nome poderia vir à tona, e ela nem teria tempo de envenenar as mentes antes!
*****
Mela caminhava com o corpo trêmulo, o suor frio escorrendo pelas costas.
Não conseguia encarar os olhos de lobo do seu Alfa — tremia ainda mais só de tentar.
— A-Alfa… aqui estou…
Parou diante do palanque de madeira.
— Aquela erva que mencionei… você conhece?
Hakon perguntou, contendo tudo dentro de si para não destroçar o velho com as próprias garras.

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