NARRADORA
Minatto começou a entrar em pânico como nunca antes.
Ele podia suportar qualquer coisa, menos a morte de sua família.
"Não, o Deus Bestial ouviu minhas preces, meu amor. Alguém está nos ajudando. Mas agora precisamos distrair os guardas. Vamos libertá-los, meu Rei!"
Minatto achava que estava sonhando acordado.
Sentira tanta falta de sua mulher, de sua filhote, que pensou estar alucinando, mas logo entendeu que tudo era real — e agora, era a vez deles de agir.
*****
BAM!
— Seu maldit0 canalha! — ouviu-se um rugido, justo quando todos já estavam quase adormecendo de novo.
— Que diabos está acontecendo agora?! Maldit0 seja, nem pra dormir esse buraco de merd4 presta! — os sentinelas se levantaram furiosos.
A vigilância ali era extremamente frouxa. Com os Drakmor no subterrâneo, quem teria coragem de se aproximar da mina?
— Cale a boca, pulguento! Ei, para de bater nele, porra! Não dizem que ele é o Rei?! Beto, traz a chave, vamos ter que entrar antes que eles se matem!
— É por sua culpa que estamos aqui! Já estou farto de você nos tratar como seus servos! Se acha ainda muito Rei, é?
O guerreiro e o antigo Rei se engalfinhavam como podiam, limitados pelas correntes.
A porta da cela foi aberta, mas em vez de separá-los, os guardas ficaram assistindo, divertidos, até apostando quem venceria.
Por trás, onde não viam, os leões acorrentados trocavam sinais.
O pandemônio explodiu em segundos.
— Ah, o que é isso?! Socorro! Beto, me ajuda!
Uma corrente enroscou-se no pescoço de um dos guardas por trás.
Não importou o quanto gritasse ou resistisse: a curta corrente entre as algemas do guerreiro-leão o estrangulou até a morte. E Beto não teve um destino melhor.
Soou o alarme e os dezoito guardas restantes invadiram a cela armados de chicotes e espadas para sufocar a rebelião. Mas os leões estavam selvagens.
Não era a primeira vez que se rebelavam, mas antes, sempre terminavam ameaçados pelos Drakmor.
Vários companheiros já haviam sido entregues como alimento para aquelas bestas, como punição exemplar — e Minatto não queria perder mais guerreiros leais.
— Vamos lançá-los aos Drakmor! Traidores maldit0s! Serão devorados! Minatto, verá todos os seus homens morrerem! Todos eles... e depois você!
Gritou o chefe dos guardas, mantendo distância, temeroso, enquanto a cela explodia em impropérios, rosnados, golpes e sons de luta.
Mesmo presos, os leões conseguiram derrubar vários inimigos, usando correntes como armas, atacando com presas e garras gastas de tanto minerar.

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