NARRADORA
UMA SEMANA DEPOIS...
— Cuidado para não tropeçar, eu disse ao Rei Minatto que preparasse uma carruagem bem confortável — Cedrick abraçava Raven protetoramente ao seu lado.
Sua mão pousada sobre o enorme ventre da sua fêmea, que andava com passinhos curtos.
Raven já estava na reta final da gestação, e seu macho entrava em pânico por qualquer coisinha.
Cedrick quase cancelou essa visita, mas ela estava curiosa demais sobre o Continente do Deus Fera.
— Está tudo bem, amor, não estou sentindo dor nenhuma, calma — ela sussurrou.
Cedrick mal havia se separado dela na batalha de uma semana atrás. Sempre estava vigiando-a, e quando não era ele, era certo moreno superprotetor.
“Filha, quando voltarmos, nasce logo pra ser você a sufocada por esses dois.”
Pensou, mas era inevitável sentir o coração aquecido.
Quando a comitiva dos Lobisomens saiu da caverna rebatizada como Portal Continental, ficaram impressionados com as mudanças.
O Rei Minatto havia mandado desmatar uma grande área de árvores, abrindo espaço na saída da caverna, onde já se erguia uma vila com belas casas de madeira e pedra.
Tudo isso pensado para que, no futuro, também tivessem um lar junto aos Homens Fera.
Uma estrada rústica havia sido comprimida às pressas nos últimos dias. Próximo dali, duas carruagens luxuosas os aguardavam.
— Suas majestades — o Beta do Rei se aproximou deles e fez uma reverência —, estava os esperando para levá-los ao palácio.
Ele lançou um olhar à bela mulher grávida ao lado do Rei. Devia ser a Rainha.
Cedrick assentiu e se virou para falar com Ignacio, que estava na retaguarda brincando com Aidan.
— Ignacio, controle seu clã. Estaremos no palácio. Pode seguir nosso cheiro ou voltar pra casa, faça o que quiser. Mas lembre-se: não ataque ninguém sem motivo.
Cedrick falava com ele como com outro filho. Afinal, mais um adotado não faria diferença.
Ignacio soltou um rugido baixo, um pouco relutante por ter que ir ver aqueles fedorentos, quando na verdade queria era brincar com seu irmão. Mas fazer o quê… Aidan já tinha dito que ele precisava ser um Alfa responsável com sua matilha.
Aidan acariciou o focinho coberto de escamas frias e Ignacio fechou os olhos, grunhindo, satisfeito.
Ao sair da caverna, desapareceu pela vegetação rumo à montanha do Deus Fera.
Cedrick subiu na primeira carruagem com Raven, Aidan e Aaron, que os acompanhava. Vincent, com a guarda real, acomodou-se na segunda carruagem.
Seguiram pela estrada, devagar, evitando ao máximo os buracos por causa do estado da Rainha.
Raven e Aidan observavam curiosos pela janela.
No início, só se via o verde da selva. Depois, chegaram à savana onde se estabelecia o clã leão, formado por várias tribos que obedeciam ao Rei — assim como o restante dos Homens Fera.
— Olha, Cedrick, são muito parecidas com as nossas matilhas!
Raven apontava os pequenos povoados onde se viam pessoas com orelhas e caudas de leões e leoas trabalhando e vivendo sua rotina.
Pelo céu, de vez em quando, sobrevoavam aves grandes e exóticas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha