Raven
Naquela tarde-noite, comi pela primeira vez numa enorme mesa de jantar, feita pra mais de vinte pessoas, e só estávamos Cedrick, Lady Amalia, o Beta Vincent e eu.
Me senti um pouco envergonhada no início, não que eu fosse mal-educada pra comer, mas também não estava acostumada com os protocolos das pessoas ricas.
Mas ninguém me olhava pra me avaliar, todos estavam conversando sobre coisas sem muita importância e, quando trouxeram os pratos, nos concentramos em comer.
Pelo menos eles. Eu, na verdade, fiquei olhando como uma tonta pro que tinham colocado na minha frente.
“Raven, que tipo de bicho é esse? Você tem certeza de que não querem te envenenar?” Sena também virava a cabeça um pouco confusa.
“Não tenho ideia, vamos ver como os outros comem isso, disfarçadamente.”
E foi o que fiz. Observei a delicadeza com que Lady Amalia comia.
Então entendi mais ou menos pra que serviam as pinças ao lado do meu prato e aqueles garfos longos.
Peguei na mão, estiquei as costas e me fiz de conhecedora de toda a arte gastronômica.
Nem olhei na cara dos outros na mesa, porque não queria que percebessem minha inexperiência no rosto.
“Certo, pinça nessas garras feias aí.”
“Isso aí tem gosto bom mesmo? Achei que os ricos comiam melhor. Ei, será que a matilha tá em crise financeira? E eu achando que tínhamos achado um Alfa milionário.”
Sena falava todo tipo de bobagem e eu só me concentrava em pegar aquela pinça e apertar a garra do bicho vermelho, com carne branca por dentro.
“Uggrr, parecia mais fácil.” Eu já estava praticamente em guerra com aquelas maldit4s pinças e a casca não abria de jeito nenhum.
Lady Amalia era uma loba frágil e fez parecer tão simples… deve ser que eu não apertei com força o bastante.
Então coloquei toda a força que tinha na ação, até com as duas mãos, mas aconteceu o impensável.
Crac!
Um som de ruptura foi ouvido e, antes que eu pudesse comemorar, vejo, como em câmera lenta, a ponta daquela garra afiada voando pra frente e acertando bem na testa do Beta, que ficou meio atordoado por um momento.
A garra vermelha ainda teve a cara de pau de ficar grudada na pele dele e, segundos depois, caiu direto num prato fundo com água, onde ele lavava as mãos depois de comer!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha