Raven
— Tudo isso eu já sei, me diga direto: quem são esses homens e como as escravas entram em contato com eles? — Cedrick a interrompe, porque ela estava repetindo o que já conversamos.
— Eles não são da matilha. Eu quase não saio da área das escravas, mas já ouvi outras comentarem em segredo... esses homens são dos rebeldes, são trapaceiros exilados.
— Eles não têm mulheres no grupo, então em troca de comida e suprimentos, vêm e transam com as escravas. Exceto por um deles que eu reconheci... — ela para e me olha. Eu aceno com a cabeça, dando-lhe coragem.
— O... o filho do Ancião Ronan, o guerreiro Marshall — disse num sussurro — Só vi ele uma vez, também não acho que vá com frequência, ou então toma muito cuidado pra não ser descoberto.
— Quem faz o contato?
— A chefe das escravas. Você pode fazer o pedido diretamente a ela, pedir o que precisar. Faz a sua parte com esses homens e, em troca... eles te dão as coisas.
Ou seja, os suprimentos que tiram delas, depois são devolvidos, mas em troca da prostituição forçada.
— Você sabe onde guardam os suprimentos? Quem é o homem que dá ordens à chefe das escravas?
Diana respondeu que não, que ela era apenas uma humilde escrava, e que se não fosse pela doença da mãe, jamais teria feito aquilo.
— Muito bem. Vou mandar trazer sua mãe. Ela será atendida no hospital central da matilha. Pode ficar tranquila e continue servindo à Raven — Cedrick disse por fim, e Diana soltou um suspiro de alívio.
— Nem preciso dizer que essa conversa não pode sair dessas paredes. E obrigada pela sua coragem.
— Sinto muito por ter prometido te proteger e, mesmo assim, você ter passado por isso dentro da minha matilha — Diana abaixou a cabeça com os olhos marejados e agradeceu ao Alfa.
No final, Cedrick disse que ela podia ir, e voltamos a ficar a sós.
— Então... agora você acredita em mim? O testemunho da Diana serve pra alguma coisa?
— Sempre acreditei em você, Luna. Mas temos milhares de suspeitas e só a confissão de uma mulher... você entende que preciso de provas mais fortes, senão ninguém na matilha vai acreditar nisso.
— Não posso simplesmente expulsar um Ancião assim, do nada, sem uma razão de peso. Vão achar que você só está envenenando meu travesseiro contra o conselho por terem te rejeitado, entende Também estou te protegendo.
— E como você vai conseguir essas provas? — pergunto.
— Agora que tenho um fio pra puxar, vou imediatamente à ala das escravas e investigar tudo sobre esses suprimentos — ele se levanta com ímpeto, pronto pra agir.
— Vamos. Te acompanho até o quarto e depois vou com o Beta fazer uma inspeção surpresa agora mesmo. Para de me olhar com esses olhinhos cheios de corações brilhando — ele sorri de lado e belisca minha bochecha.
— Posso ir com você?
— O que você acha? — ele ergue uma sobrancelha, desafiador.

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