RAVEN
— Cedrick! — corri até as escadas e imediatamente o ajudei com meu corpo pequeno, tentando dar estabilidade a seus passos.
— Espera, Luna... estou coberto de sangue, não se suje. — ele tenta me impedir, mas não me importo. Eu o abraço e me enfio sob seu braço livre, para que me use como apoio.
— Não importa. Sou pequena, mas sou forte. Não tenho medo, posso te segurar. — levanto o rosto e o encaro, tentando sorrir, embora imagine que minha tentativa tenha parecido mais um choro do que qualquer outra coisa.
Estou angustiada, porque sei que grande parte desse sangue é da ferida que ele mesmo pressiona com um pano contra o pescoço.
— Se tem alguém que pode me sustentar aqui, é você, minha fêmea. — ele baixa a cabeça e beija meu cabelo, sussurrando palavras que aquecem minha alma. — Você está bem? Não se machucou?
— Estou bem. Vamos, vamos para a mansão cuidar desse ferimento horrível. O Beta está cuidando de tudo aqui, não se preocupe.
Escoltados pelos guerreiros, voltamos à mansão do Alfa.
Tudo está um caos na matilha, mas na verdade, com exceção do nosso quarto, o restante da mansão se manteve em bom estado.
— Raven, você sentiu medo? Quero dizer... durante a luta com o Ronan. Você... não deveria ter assistido, mas era necessário, eu...
— Você não precisa me dar nenhuma explicação. Eu sei que você não é um Alfa cruel sem motivo. Não tenho medo de você, Cedrick. Não temo seu lado selvagem, porque sei que você só o usa para proteger os seus.
Levanto minha mão e acaricio sua bochecha, olhando em seus olhos azuis intensos, que não desviam dos meus por um segundo.
Estamos no escritório dele. Cedrick lavou o sangue e parte da sujeira do corpo.
Ele está sentado atrás da escrivaninha enquanto eu fico de pé entre suas pernas, aplicando remédio em suas feridas — principalmente a do pescoço — e a enfaixando com cuidado.
As marcas profundas das mordidas cortam sua pele, mas Cedrick é um Alfa forte, e sei que vai se recuperar logo. Além disso, estou disposta a oferecer meu sangue, se for preciso.
— Fiquei louco de raiva quando percebi que ele queria te machucar. Nada nem ninguém pode te ameaçar, Raven, ninguém. Já chega de te encontrar sempre à beira da morte. — ele me abraça pela cintura, desesperado, e encosta a cabeça no meu ventre.
Acaricio seus cabelos prateados com suavidade, tentando acalmá-lo. Ele usa metade preso, o restante solto, caindo sobre os ombros largos.
Suspiro, lembrando que nem cheguei a dar a ele o presente que comprei na feira. Terei que procurá-lo no meio do caos que ficou em nosso quarto.
Ficamos alguns minutos em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro.
Quando foi que você se infiltrou tão rápido na minha alma, Alfa Cedrick?
Quando a paixão e a necessidade da sua força se transformaram em amor?

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