Amaldiçoado romance Capítulo 21

Kassandra Monte Negro

__ bicho ruim, coisa ruim, maldito, filho do capeta!

Xingo meu esposo enquanto choro indignda de ódio! Eu nunca tinha xingado ninguém na vida antes e não me sinto mal por fazer isso, pelo contrário, a cada xingamento me sinto melhor, mais leve, quase posso flutuar!

Ele matou o sr pretinho por pura ruindade, só para ter o prazer de me ver sofrer, o sr pretinho era só um bebê!

__ te odeio gigante, te odeio golias!

Nunca pensei que fosse possível odiar alguém pois eu abomino esse sentimento, porém estou no meu limite! Perdi meu pequeno amiguinho

Por nada!

Me nego a continuar chorando, vivendo nessa situação lamentável que me encontro, me nego!

Ele não pode agir como bem quer, como se sua vontade fosse soberana, suprema, como se fosse um Deus, um Deus malvado que todos tem que temer e servir...

Me levanto limpando minhas lágrimas, vou até a porta e constato que está tracanda, o gigante me trancou, me prendeu!

Chuto a porta com força e acabo machucando meus dedinhos!

__ ai aí aí... caralho!

Nossa xingar é bom mesmo!

__ caralho, porra!

Abro um sorrisinho em meio ao choro, mas logo volto sentir vergonha pela minha boca suja isso é pecado minha santinha.

Depois vou até a janela e vejo que não é tão alta, se eu me esgueirar consigo descer, sou pequena e isso vai facilitar bastante, preciso fazer algo contra o Gigante golias, eu não tenho forças físicas para enfrenta-lo pois ele é maior que eu dez vezes, talvez a Antônia tenha razão, preciso seduzi-lo, deixa-lo naquele estado que ele fica quando estamos fazendo aquelas coisas feias, porém sei que não tenho coragem para isso, só de pensar nas barbaridade que o Alexandre faz comigo quando estamos acasalando fico horrorizada.

Com muita dificuldade e alguns arranhões nas pernas consigo descer pela janela,

__ onde enterrei aquele bendito colar do pecado?

Vou andando tentando refazer os passos daquela noite da lascívia e luxúria, a escuridão da noite não ajuda muito, e quando acho que estou no lugar certo começo a cavar, a areia é fofa o que facilita muito o trabalho, porém não tenho muita sorte, estou toda suja de terra e já escavaquei mais buracos que uma toupeira, quando estou a ponto de desistir...

__ eureca! Achei...

Pego o colar que queima minha mão e entro na casa pela porta da frente,

Quando chego na sala encontro o gigante largado no sofá, parece até morto de barriga pra cima, mas sei que vaso ruim não quebra fácil então deduzo que está só dormindo,

No chão tem uma garrafa de alguma bebida escura quase vazia e também tem um copo em cima da mesinha de centro, me aproximo pego a bebida e levo ao nariz cheirando, um forte cheiro de álcool me invade o nariz!

__ nossa!

Fico curiosa para saber o gosto, quando dou um pequeno gole, queima minha língua, minha boca, queima tudo! começo a tossir e meus olhos lacrimejam!

__ misericórdia! Como alguém pode beber isso?

Devolvo o copo no lugar, tenho que achar a chave dos meus aposentos pois não vou voltar a entrar pela janela, observo o gigante e ele é tão grande que mau cabe no sofá, me aproximo e o empurro com meu dedo indicador do seu peito pra ver se ele acorda, nada!

Vejo um molho de chave brilhando pendurado na sua cintura, pego com cuidado pra não desperta-lo,

Vou subindo os olhos, ele dormindo parece tão inofensivo nem parece que é o próprio demônio!

seu rosto é rústico mas belo, sua cicatriz próximo aos olhos lhe deixa com uma aparência assustadora, sua barba é tão grande, sinto uma vontade enorme de tocar nos seus cabelos, me surpreendo ao sentir seus fios tão macios, pensei que eram grosos, mas são finos e macios ate é gostoso de tocar, olho sua barba e me vem uma ideia inevitável, sei que é bem infantil mais não resisto!

__ Vamos brincar gigante...

Faço uma trança na sua barba e amarro com fitas, ele fica engraçado, levo a mão na boca para abafar o riso,

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