Amaldiçoado romance Capítulo 43

Augusto Alves

__ estou pulando fora!

__ você não pode me deixar na mão frouxo!

__ eu tenho amor a minha vida!

da última vez que saquiei a carga do coisa ruim quase fui pego, ele agora está mais atento tem homens por todos os lados vigiando, não vou arriscar meu pescoço não!

__ PORRA!

O frouxo da as costas e se retira!

__ maldito seja Alexandre Monte Negro, maldito seja!

Quando entreguei de bandeija minha filha em matrimônio ao demônio tinha outros planos em mente.

idealizei minha vida farta, nadando no dinheiro comendo e bebendo do bom e do melhor até me panturrar vivendo como um rei.

Mas não!

O miserável só me deu realmente o valor do dote contado nem um tostão a mais!

saldei a divida do banco mas e agora? Preciso de dinheiro pois com a quase falência do meu banco perdi muitos clientes, nada vai bem como antigamente.

Porém trago comigo uma carta na manga, achei que nunca ia precisar usar, mas naquele dia que fui na tabacaria do maldito e ele me tratou como seu eu fosse um verme, me dando uma porra de uma esmola, então decidi usar minha carta e ir até o fim com as consequências, nada nem ninguém vai me parar.

__ vai me pagar seu maldito!

Desde o início esse casamento foi arquitetado nos mínimos detalhes, casar minha filha mais velha com um homem rico e viver as suas custas como um rei, mas nada saiu como planejado a desavergonhada da Samantha me traiu, aquela perdida!

Sem muita opção tive que oferecer a Kassandra como troca de mercadoria, se bem que com isso o Alexandre só teria a ganhar pois a Kassandra foi criada para ser uma perfeita dona de casa, sem falar que é moça pura e inocente, ja a Samantha é um desmiolada, sempre foi desde criança.

Kassandra sempre foi uma menina doce e sensível diferente da irmã, por se parecer demais com sua mãe sempre tive um carinho a mais pela Kassandra e com isso a protegi do mundo, coloquei a Kassandra numa bolha e nunca deixe nada de ruim acontecer, a guardei como meu tesouro mais precioso.

Pretendia arrumar um bom marido para minha filha mais nova, porém nada saiu como esperado e tive que entregá-la ao desgraçado do Alexandre.

entreguei porque precisava de dinheiro, a situação apertou e não tinha escolha pois não ia viver na miséria tendo duas filhas belas,

mas, mais uma vez tudo saiu errado, quando após o matrimônio o maldito me virou as costas e me deixou a própria sorte!

Mas como Diz o ditado: o diabo é mais diabo por ser velho do que por ser diabo...

O casamento da minha filha foi forjado desde o início!

Conhecendo a fama de Alexandre não podia casar minha filha sem ter uma garantia de vida boa com regalias.

comprei um vendendor de porta em porta e ele fez a cerimônia de casamento, com os tostões que recebeu o pilantra se mandou, melhor assim espero nunca mais ver a cara do patife!

__ paizinho por quanto tempo vamos ficar aqui escondidos?

Olho minha filha sentada na cama pequena de solteiro, ela abraça seus joelhos e tem o rosto inchado de tanto chorar.

__ estou com saudades da Antônia e também do meu esposo e também tem o sr peludinho ele é tão pequeno!

__ quantas vezes vou repetir que aquele maldito não é seu marido? Um milhão de vezes?

Então ela volta a chorar novamente alto!

__ eu te fiz um favor te livrando das mãos daquele desgraçado! Aposto que ele te quebrava no pau!

__ ele não é isso! Ele se arrependeu e não me trata mal, não me bate, até íamos nos mudarmos para cidade!

__ e você acreditou na conversa dele? Garota tola!

__ eu não sou tola!

Pela primeira vez vejo raiva nos olhos de Kassandra,

__ todos vocês acham isso de mim!mas eu não sou! Não tenho culpa se as pessoas serem mal, e eu não sou assim, não sou tola por querer ajudar as pessoas, não sou tola por isso!

Ela fica em pé e fala desabafando!

__ estou cansada de todos me acharem boba! Eu não sou, você não pode mais mandar em mim porque sou uma senhora casada e tenho marido, quero voltar para meu esposo, e eu vou com ou sem sua permissão, ele é meu marido meu lugar é ao seu lado!

Kassandra nunca me enfrentou sempre foi submissa e sua atitude me deixa espantado, quando ela caminha até a porta a puxo pelos cabelos a trazendo de volta com um puxão a fazendo cair no chão.

__ não vai sair! Já falei que aquele homem não é seu esposo, você vai me obedecer sua mau agradecida!

__ não pode me deixar presa aqui para sempre, Não pode!

Ela se levanta e tenta sair novamente, dessa vez sou mais enérgico e dou um bofete em seu rosto cortando seus lábios com os anéis que tenho nos dedos a fazendo cambalear,

__ vai me obedecer!

__ NÃO, NÃO VOU!

__ GAROTA BURRA!

Bato novamente no seu rosto machucando o já machucado,

__ não quero te machucar sou seu pai e te amo! Tudo que faço é pensando no seu bem sua ingrata!

__ mentira! Se você pensasse no meu bem me deixaria voltar,

Sabe que vou ficar mal falada Sem marido! Você pensar nisso? Ninguém vai querer andar ao lado de uma mulher separada!

por favor paizinho me deixe voltar eu estou tão feliz com ele...

Ela tenta me convencer num tipo de súplica!

__ deita nessa cama e fica quietinha é o melhor que você pode fazer! Além do mais vamos sair da cidade ninguém vai saber que é uma moça separada!

A vejo pronta para mais uma batalha comigo devido ao brilho de fúria que vejo em seus olhos, mas ela parece pensar melhor e toma a atitude mais sabia e se deita na cama.

__ isso, boa menina! Não Esqueça que tudo isso é para seu bem e que eu te amo muito, te amo mais que a mim mesmo e um dia você ainda vai agradecer ao seu velho pai por isso.

Kassandra Monte Negro

Não entendo porque meu pai está fazendo isso comigo!

Meu rosto queima dos tapas que recebi e sinto gosto de sangue na boca, mas não me importo! A dor que sinto por dentro é maior, ele fala que não sou casada com meu ursinho mas sei que está mentido, ele é meu esposo sim! Casamos na igreja eu me recordo bem desse dia.

Sei que no começo ele era mau e me tratava com ódio, mas hoje não! Ele é carinhoso, me trata com carinho e eu sinto falta dele, falta do seu cheiro, de mecher no seu cabelo e brincar com sua barba.

Mas sei que discutir com meu pai não vai me levar a lugar algum pois esse homem não se parece nada com meu paizinho, vou procurar um jeito de fugir dele, eu não vou sair da cidade, não vou sair de perto do meu ursinho peludinho.

Uma forte tonteira me faz fechar os olhos, vejo tudo rodando!

Deve ser porque não jantei!

Então me vem uma forte vontade de vomitar, consigo chegar no minúsculo banheiro que tem no quarto, despejo tudo na bacia, vomitando tudo que tenho no estômago e chega a doer, não sei quanto tempo passei no banheiro mas quando saio meu pai está andando de um lado para o outro no quarto,

__ em dois dias partimos, os documentos falsos estão sendo feitos, você vai usar uma peruca, em dois dias, dois dias vamos embora daqui.

Fico ouvindo tudo calada, tenho dois dias par tentar uma fuga, preciso pensar e ver um jeito de me livrar das garras do meu pai, talvez quando ele dormir...

Alexandre Monte Negro

__ velho desgraçado!

Chego em casa soltando fogo pelas ventas, aquele maldito levou a nanica e me sinto impotente por não ter feito nada, deveria ter cravado o punhal no seu pescoço!

__ senhor?

Olho e vejo a Antônia, ela me olha e é nítido que andou chorando,

__ você achou a minina? Trouxe minha minina de volta?

__ você gosta muito dela né Antônia?

__ sabe que sim!

__ é por causa da Angélica!

Eu sei que Antônia perdeu uma filha, a Angélica,

__ a minina Kassandra é única, ela não merece passar por nada de ruim, apenas isso.

Mesmo sentido o ódio me consumir sei que a Antônia está sendo sincera em seu zelo por minha esposa,

__ ainda não Antônia, mas eu vou trazer sua minina, vou trazer minha mulher de volta e isso já é um fato.

Respiro alto e preciso de uma bebida.

__ agora me deixe! Me deixe sozinho que não tenho cabeça pra nada, ANDA PORRA! SAI DAQUI!

Grito com Antônia porque estou no meu limite, preciso ficar só, preciso pensar.

Me sirvo uma forte dose de Rum e bebo de uma vez queimando minha garganta e aquecendo meu corpo, me sirvo outra dose, penso em todas as medidas que tomei para recuperar a nanica,

tenho vários homens no porto e na rodoviária, além de deixar homens de olho nas pensões espalhadas na cidade.

Me sento na poltrona com meu copo na mão e fecho os olhos, minha cabeça lateja a ponto de explodir, minha casa parece escura e sem vida assim como minha alma, o ser que ilumina tudo e me deixa mais humano não está aqui.

__ desgraça!

Xingo mais uma vez até sentir algo na minha mão, abro os olhos e vejo um saco de pelos me olhando, ele é preto pequeno e feio, bastante feio, horrendo.

__ não gosto de você, feio!

Falo fazendo careta pra ele, mas o bicho é burro e não entende o que falo pois em seguida ele dá uma lambida na minha mão e sua língua é áspera parece uma lixa.

__ pare com isso seu esquisito!

Ele parece não entender mesmo pois pula no meu colo e fica andando em círculos na minha coxa, quando se cansa ele começa a afiar as unhas na minha calça para depois abrir um bocão bocejando e cair como se estive morto formando uma bola preta no meu colo.

__ era só o que me faltava nessa desgraça!

Então me vem forte a lembrança da nanica defendendo esse saco de pulgas, como ela gosta de animais!

Não tenho forças para expulsar o bichano do meu colo.

__ é só hoje não se acostume saco de pulgas! É só hoje...

Ele parece entender e levanta a cabeça soltando um fino miado e volta a dormi.

__ amanhã eu te trago nanica, amanhã...

Falo alto expressando meu mais forte desejo de tê-la comigo, hoje com certeza vai ser uma noite difícil e longa...

Postado!

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