Amaldiçoado romance Capítulo 44

Kassandra Monte Negro

__ Vamos filha, arrume essa peruca direito esta toda desengonçada!

Olho no espelho pequeno e rachado, arrumo a peruca de cabelos negros que estava um pouco torta,

__ nosso navio embarca em meia hora, vamos ou perderemos a embarcação.

Fico matutando comigo como vou fazer para não embarcar nesse navio? Uma coisa é certa eu não vou embora!

__ é...

__ pare de enrolar você pensa que não sei? Você vai comigo e vamos começar uma nova vida, nunca esqueça que tudo que faço é pensando no seu bem minha preciosidade!

__ pai e a Samantha? Vamos deixar ela aqui?

__ sua irmã é uma perdida! Ela procurou a própria desgraça!

__ mais pai ela é sua filha! Não pode virar as costas pra ela!

Não entendo como nunca vi o quão egoísta meu pai é!

Ele só está penanso nele mesmo e no seu próprio bem-estar.

__ Kassandra eu não tenho tempo pra isso, vamos!

Ele sai me arrastando e saímos da pensão, as ruas estão desertas devido ao horário, é madrugada e estamos andando apressados, o vento frio me faz ter calafrios, me pergunto se meu ursinho está me procurando...

Penso nele o tempo todo, penso em Alexandre e da forma que estávamos vivendo, muito diferente do começo conturbado e sofrido que tivemos, agora era diferente!

Ele disse que me amava e eu acreditei no seu amor, não por que ele falou mas sim por ele me fazer sentir na pele e no coração, eu me senti amada e cuidada por ele, meu gigante.

Mesmo com suas mãos grandes e seu jeito desengonçado devido ao seu tamanho ele me dava carinho, me amou, entendeu meu jeito e me fez sentir a bela, eu podia confiar no seu amor, estava vivendo meu próprio conto de fadas.

E agora? Tudo acabou!

Estou sendo obrigada a abandoná-lo, ir embora!

Não quero!

Me recuso a isso.

__ entre no automóvel!

Automaticamente entro dentro do automóvel que nos levará ao porto, preciso dar um jeito de escapar.

Ouço o motorista falando com meu pai.

Precisa ser discreto, não chame atenção, tem homens do senhor Monte Negro espalhado por todo porto. Vamos descer e já entramos direto no navio sem darmos bandeira.

Será que ele também estaria lá por mim?

Seria eu resgatada pelo gigante golias?

Minha cabeça está a mil quase entrando em ebulição por tantos pensamentos juntos ao mesmo tempo, olho para minhas mãos suadas e minha boca está seca,uma ansiedade me consome com voracidade, quando o automóvel para no porto não consigo sair do lugar, meu corpo não obedece, só quero ficar!

__ desce do automóvel filha e não tente nenhuma gracinha ou as consequências serão catastrófica.

Acabo descendo e vejo o porto a noite, escuro, frio, um arrepio mortal e maligno me vem com um mau pressentimento, um agouro, olho para cima e vejo um corvo sobrevoando o céu que está azul e estrelado, em seguida ouço um piado da coruja rasgar o silêncio da noite, a morte está rondando.

__ minha santinha me cubra com seu manto...

Seguro minha corrente e sigo numa oração silenciosa, tenho minha fé sempre comigo como companheira.

__ onde esta a embarcação?

__ mais a frente a direita!

__ Vamos Kassandra anda!

Vou seguindo meu pai em total desespero não vendo uma saída para mim.

Quando chegamos frente a embarcação me bate uma angústia e começo a soluçar e chorar colocando as mãos no rosto,

__ por favor paizinho não quero ir, eu não quero!

Um desespero me toma eu faria qualquer coisa para não entrar nesse navio que me levará para longe.

__ Kassandra minha paciência está por um fio! ENTRA!

Olho para um lado e para o outro desesperada em busca de qualquer coisa que me salve,

__ ALEXANDRE...

Chamo por ele mas não tenho resposta, então olho as águas negras do porto e uma ideia suicida me vem a mente, sei que sou boa nadadora posso ter alguma chance, mas com esse frio com certeza morreria congelada, as águas frias da noite congelaria meu corpo.

Começo a subir as escadas do navio e com o desespero me assolando solto a mão do meu pai,

__ o que foi garota? Não podemos chamar atenção! Entre rápido nesse navio, vamos!

__ eu não vou pai!

__ Kassandra...

Ele fala meu nome tentando conter a irá que o consome, mas posso ver o ódio em cada parte do seu corpo, esse definitivamente não é meu pai, é um desconhecido!

__ eu não irei com o senhor!

__ Kassandra!

Passo as perna pela escada ameaçando pular..

__ não faça isso garota burra, eu não vou atrás de você vai acabar morta!

Fico chocada com sua frieza como se não se importasse!

__ você prefere que eu pule e morra ao invés de desistir desse plano absurdo?

__ se você prefere ser burra e pular eu não vou atrás de você, prefiro você morta ao ver você com o demônio e seu ar de vitória sobre mim!

Cada vez mais fico horrorizada.

__ pai não se trata de um jogo sobre quem ganha ou perde, é minha felicidade! Isso não importa pra você? Não me ama? Não quer me ver feliz?

__ amor? Isso não existe menina, fazemos o que nos dá mais vantagem, na época era casar você com um homem rico e poderoso com um bom sobrenome...

__ tudo sempre foi dinheiro, sempre!

Estou a ponto de vomitar, meu pai tentou vender a Samantha como não conseguiu me vendeu, vendo que não foi como esperava está fazendo da minha vida um inferno me tirando do lado do homem que amo, tudo por dinheiro!

__ você nunca me amou, acho que nem deve ter amado a mamãe!

__ essa prosa já deu, vamos Kassandra venha, saia dessa escada.

__ prefiro morrer que seguir ao seu lado, cansei de ser tratada como um objeto a ser negociado, vendida para quem dá mais!

Ainda escuto meu pai gritando meu nome antes de cair nas águas geladas do porto!

Alexandre Monte Negro

Poderia agir do meu jeito e fazer uma desgraça na terra!

Mas um sentimento novo e assustador me impede de agir por impulso, o MEDO!

Medo de perde a única pessoa que me despertou o amor, a única pessoa que faz sentir que tenho um coração batendo no peito.

Mas não poderia arriscar e assustar o desgraçado o afugentando ou o deixando acuado, pois é transparente que ele não pensaria duas vezes em machucar sua filha para me atingir e não posso arriscar a vida do meu anjo.

Mesmo querendo explodir o mundo, estou dentro de uma cabine nesse maldito navio aguardando com uma desgraça de paciência que não tenho,

já peguei no meu punhal umas milhões de vezes imaginado ele todo cravado na jugular no maldito para depois abrir seu peito, só descansarei quando tiver seu coração em minhas mãos, nada vai me impedir de fazer isso, nada!

__ porco!

Fui avisado que ele tentaria escapar essa noite, o homem que o esta ajudando também trabalha para mim mas ele é tão burro que não percebeu.

__ ele está vindo!

Fico em alerta total com o aviso, assim que tiver Kassandra debaixo da minha proteção eu acabo com ele.

Ouço o trinco da porta se mechendo e mal consigo respirar,

Quando a porta é aberta o desgraçado entra e procuro a nanica com os olhos e não a vejo!

__ você aqui seu maldito?

__ é assim que você recebe seu genro?

Falo com total escárnio, avanço sobre ele e após constatar que a única amar que ele possui é uma faca que já está em meu poder o solto.

__ onde está ela?

__ ela quem?

__ não se faça de tolo e nem a mim! ONDE ESTA MINHA MULHER SEU MALDITO?

__ Essa altura deve está morta!

__ GRHUUUUUUUU...

Um som de um animal agonizando rasga minha garganta só com essa possibilidade,

não estou em mim, se isso for verdade a morte será pouca pra ele, esse maldito vai viver por muitos anos clamando a morte!

Quando ele vê meu rosto desfigurado pelo ódio o desgraçado começa a tremer como um frouxo!

__ estava brincando, ela não está morta...

__ onde está minha mulher?

Falo sentindo uma pressão no peito como se meu coração estivesse sendo esmagado.

__ ela pulou! A louca da Kassandra pulou nas águas do porto!

__ você está me dizendo que minha mulher pulou nessa água gelada e você não fez nada? A deixou entregue a própria sorte?

__ eu tentei, quase pulei atrás dela, mas não consegui pois fui impedido por homens que não me deixaram pular devido o risco, mas eu tentei, juro que tentei!

__ MENTIROSO! DESGRAÇADO! INFELIZ!

Tudo se tonar nada nesse momento, nada tem importância agora, apenas encontrar Kassandra avanço até o infeliz e o ameaço abertamente!

__ sabe rezar? Se não sabe aprenda, porque se algo acontecer a minha mulher nem Deus nem o diabo vai te livrar das minhas mãos! HOMENS LEVEM ELE!

Grito dando uma ordem e logo meus homens prendem o patife,

__ precisamos encontrar minha mulher ela pulou na água!

Mais um exército de homens se espalham pelo porto afim de encontrar Kassandra, começo a andar nervoso, imagino o quanto ela sofreu ao tomar a decisão de pular, preferiu se lançar a própria sorte a ficar sob o domínio do pai.

__ nanica onde você está meu anjo?

Pergunto e vou caminhando até a área mais afastada do porto seguindo meu puro instinto animal que grita.

Kassandra Monte Negro

__ a rapariga acordou...

Me levanto num salto e olho para os dois homens barbudos parados na minha frente, eles tem barbas grandes e brancas e aparentam estar sujas, são muito magros e os dois fumam um cigarro fedido,

__ Vocês me salvaram?

__ salvamos sim rapariguinha...

Eles me me olham de um jeito estranho e mau piscam, sinto medo!

Meu corpo está muito dolorido como se cacos de vidros furacem minha pele, então olho e vejo minha roupa encharcada totalmente grudada no meu corpo sinto um frio que fazem até meus ossos doerem, porém o que mais me incomoda é que me sinto exposta, nua diante de dois desconhecidos de índole duvidosa!

__ muito obrigada, eu agradeço de coração por terem me tirado da água, sou muito grata...

Olho ao redor para ver onde estou e percebo que é um tipo de beco, não tem mais ninguém apenas nós três aqui!

__ agora preciso ir, tenho que encontrar meu esposo...

__ Calma gazela, vamos conversar um pouco!

Um dos homens se aproximam me impedindo de passar,

__ estava pensando o que uma moça faz uma hora dessas aqui no porto? O que está fazendo aqui desacompanhada se diz ser uma moça casada?

Estou nervosa e fico torcendo uma mão na outra,

__ sabe... é que é uma longa história e eu realmente preciso ir...

__ porque a pressa? Acho que você não está falando a verdade! Acho que você é um mulher da vida fácil, uma desfrutavel, perdida!

__ não eu não sou nada disso, eu tenho esposo!

__ o que você acha de nos divertimos um pouco, nós três?

__ divertir?

__ sim, se divertimos, meu amigo e eu estamos carentes a tempo não nos deitamos com uma mulher e você podia quebrar nosso galho, você tem uma boca muito apetitosa!

Eles apertam o passarinho por cima da calça e dão uma risada assustadora, vejo o mal nos olhos dele, quando vou correr um deles para na minha frente e só aí percebo uma faca fina em sua mão,

__ Calma gazela, nem nos agradeceu direto!

__ eu agradeci, obrigada... eu...

Fico parada e muda quando sinto a faça fina tocar minha bochecha, um medo me faz travar os pés no chão,

Então a faça vai descendo pelo meu pescoço, meus peitos e quando vejo ele rasga a parte de cima do meu vestido expondo minha roupa íntima, grito assustada!

__ minha santinha, mãezinha!

Começo a rezar pedindo proteção a minha santinha e minha mãezinha que está no céu.

__ a rapiguinha não é de se jogar fora, sabe chupar um pau?

Chocalho a cabeça negando.

__ primeiro vou colocar você pra chupar meu pau, depois vou meter meu pau na sua boceta! Você vai aguentar os dois pois depois vai ser a vez do meu amigo, vamos acabar com você, mas você vai gostar, vai gostar muito sua putinha...

Ele avança com tudo pra cima de mim, pega um punhado do meu cabelo e puxa com bastante força, me desespero e tento me livrar de suas mãos chorando, sinto cheiro de álcool com vomito e cigarro tudo junto.

__ SAIA DE CIMA DA MINHA MULHER SEU ANIMAL!

Uma voz que mais lembra a potência de trovões caindo ecoa por todo beco!

__ é ele... O demônio...

Os dois homens falam tremendo e tudo que mais quero é correr para os braços do meu gigante, com pouca forças e assustada vou até ele e o abraço pela cintura.

__ ursinho...

__ estou aqui, acabou anjinho!

Minha cabeça fica um pouco acima do seu abdômen e ele se curva um pouco beijando minha cabeça,

__ psiuuuu, passou...

Ele me faz carinho e tirar sua camisa ficando com o peitoral desnudo, logo eu estou com sua camisa que chega no meu joelho, nesse momento tenho certeza que nada pode me ferir, estou segura, protegida como nunca estive na vida.

Vejo diante dos meus olhos a feição do gigante se transformar, seus olhos ficam de um verde escuro lodo, suas sobrancelhas praticamente se juntam formando uma só, sua boca vira uma linha fina, suas mãos se fecham em punho, eu já o vi com raiva, mas desse jeito nunca, o homem parece está possuído por forças malignas, mesmo assim não tenho medo, ele não me machucaria!

__ Alexandre!

O chamo e ele não me olha, seus olhos estão nos dois homens que acabam de se urinar nas próprias vestes,

__ Alexandre!

O chamo novamente, sem me olhar ele falar,

__ fecha os olhinhos anjo, não abre por nada,

__ fechar os olhos?

__ sim! Fecha os olhos e só abre quando eu mandar, entendeu?

__ entendi!

__ promete que não vai abrir os olhinhos?

__ prometo,

Então ele me olha e Seus olhos por alguns segundos se suavizam quando encontram os meus olhos,

__ você pode cantar uma música? Uma que você goste muito!

__ tudo bem!

Então ele volta a mesma expressão horripilante e algo me diz que devo fazer o que ele disse,

Fecho os olhos e antes de cantar uma música o ouço falar com uma voz que me faz tremer!

__ alguém quer bricar comigo? Qual dos dois será o primeiro?

Então começo a cantar, ouço uns gritos misturados com uivos e logos uns gemidos, não sei o que está acontecendo, aperto ainda mais meus olhos, não vou abrir por nada!

Até que um silêncio se faz presente, sinto o corpo de Alexandre colado no meu,

__ pronto anjinho, vamos pra casa?

__ Vamos!

Abro os olhos e olho apenas pra ele, fico de ponta de pé e tento alcançar seu pescoço mas não consigo, ele da um pequeno sorriso e fala,

__ nanica...

Então se abaixa para que eu possa pasar a mão em volta do seu pescoço, ele me pega no colo e prendo minhas pernas em sua cintura deitando a cabeça no seu ombro, no seu colo sigo com ele para onde ele quiser me levar, meu lar é ao lado do meu esposo.

Postado!

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