No momento em que Michael entrou no palácio segurando a mão de Lis, ela percebeu que o local estava um caos. Inúmeras pessoas andavam apressadas de um lado para o outro, sem se importar de agirem elegantemente. A expressão em suas faces era de puro terror, e nesse momento, ela se viu olhando para Michael.
O segundo príncipe mantinha uma expressão impassível ao observar tudo o que acontecia a sua volta até o momento em que avistou o seu pai, correndo em direção ao escritório. Michael sorriu.
O seu sorriso remeteu a uma vitória, e Lis suspirou ao menear a cabeça.
― Um dia vai acabar se arrependendo – Ela falou ao se afastar ligeiramente dele e olhar para o lado, deparando-se com Sebastian, os encarando. Antes que pudesse se afastar, Michael segurou em sua mão, forçando-a a encará-lo. – Eu não estou fugindo, só acho que tudo isso é exagero. – Sua voz demonstrava o desconforto e seu olhar a inquietação. Ela não conseguia olhar em seus olhos sem desviar por alguns segundos.
― Não precisa me olhar como se eu fosse um monstro – A soltou colocando a mão no bolso de sua calça. – Se quiser, pode ir embora – Deu as costas a Lis e foi em direção as escadas. Ele não olhou para trás.
Lis suspirou, arrependida, pelo seu comportamento. Ela sabia de todo o sofrimento que Michael havia passado, mas ainda assim não achava que aquele comportamento e atitude seria o ideal para a situação.
Ele vai acabar fazendo mais vitimas. Mais pessoas como ele. Mais pessoas machucadas.
Pensou ao dar de ombros ao pensar em uma forma de explicar isso a ele, sem que ele retrucasse ou fosse contra.
― Algo aconteceu? – Sebastian perguntou ao se aproximar de Lis, a qual negou diante de sua pergunta. – Então por qual motivo está com uma expressão tão ruim? – Sorriu levemente ao tocar na área entre os seus olhos. – Não faça careta. Isso vai te deixar parecendo mais velha do que é – Pigarreou – Vamos beber?
Lis sorriu, aliviada ao concordar.
― Cerveja?
― Não. Eu realmente quero algo diferente – Lis falou ao suspirar.
***
Augusto bateu a porta de Michael com força atrás de si ao encarar o seu irmão. Desde que as rebeliões começaram no norte do país, Augusto teve a certeza de que Michael estava por trás de tudo. O seu irmão rebelde havia declarado o seu ódio pela família há muito tempo quando voltou do exercito.
― Eu sei que foi você – Augusto falou ao fechar suas mãos, pressionando suas unhas contra a palma de sua mão. – Pare de ser egoísta.
O sorriso demoníaco surgiu no rosto do segundo príncipe ao andar até onde Augusto estava, e o empurrar contra a parede antes de puxar a gola de sua camisa.
― Está tentando ser hipócrita ou maníaco? – Perguntou com uma expressão séria.
A mão de Michael pressionava ainda mais o corpo de Augusto contra a parede. Ele conseguia sentir a respiração de seu amor em seu rosto.
― Estou sendo pratico. Todos devem saber que isso é culpa sua. – Augusto suspirou ao tentar empurrar Michael, sem sucesso. – Seu doente. Pare de ser idiota – Gritou frustrado. – Se desejar destruir o nosso pai ao menos seja mais inteligente.
― Não tem provas sobre minha participação nessas rebeliões.
― Ninguém é burro – Grunhiu – Eles começaram a surgir seis meses depois que retornou do exercito. Michael, sabe que eu não te odeio e entendo o que está passando. – A voz de Augusto foi gentil da mesma forma como eram crianças, o que fez o segundo príncipe, libertá-lo. – Poderia ter pedido a minha ajuda, mas preferiu agir como um lunático. – Meneou a cabeça.
― Eu não tenho nada com isso que está acontecendo – Respondeu frio ao se afastar de seu irmão, sentando-se na cama. – Não vai sair?
A forma displicente com que Michael encarava o seu irmão, fez Augusto gritar em completa frustração.
― Michael, estou te dando um conselho, como seu irmão mais velho. – Respirou fundo – Tome cuidado. Nossa mãe parece querer nos destruir para favorecer Philipe.
― Sabe o motivo? – Ele negou. – Não se preocupe, acredito que tudo vai acabar antes mesmo dela tentar alguma coisa.
O primeiro príncipe simplesmente desistiu de tentar convencer Michael de qualquer coisa. Ajeitou a sua camisa ao ir em direção a porta e o deixou sozinho no quarto.
― Talvez eu precise acelerar tudo mais um pouco – Murmurou ao olhar para a janela.
***
O quarto de Sebastian era diferente do que Lis imaginou. O quarto possuía paredes brancas, um tapete cinza, abajur ao lado da cama, cama de casal e um guarda roupa. Simples e aconchegante, foi o que se passou pela mente dela. Quando aceitou beber com Sebastian, o chefe da guarda real não hesitou ao ir até a cozinha e pegar três garradas de cervejas e uma de vodka além de copos.
Ele a levou até o seu quarto localizado na ala dos empregados, sem se preocupar com os olhares dos empregados.
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