Winona se debatia com todas as forças.
“É você quem merece morrer! Tessa, por que você simplesmente não desaparece?! Só com você fora do caminho tudo na família Sinclair será meu. Somente com você morta é que as pessoas vão finalmente me enxergar! Eu gostei do Evan primeiro! Quem te deu o direito de roubá-lo de mim?!”
Ela não conseguia aceitar aquilo. Se recusava a aceitar.
Com um movimento ágil, Tessa desarmou Winona e arrancou a adaga de suas mãos. Em seguida, a empurrou para fora da cama com um chute firme.
Winona caiu no chão de maneira desajeitada, chorando descontroladamente.
Ela gritava tanto que Tessa começou a sentir dor de cabeça. Pegou uma toalha de limpeza jogada por perto e a enfiou na boca da garota.
“Para que tanto escândalo? Você parece um porco sendo abatido. Winona, você anda ficando ousada demais, não acha? Diga-me uma coisa — você realmente acredita que é páreo para mim?”
Tessa girava a adaga envenenada com mata-lobos entre os dedos de maneira despreocupada, depois a encostou levemente no rosto contorcido de Winona.
“Por que você nunca aprende a lição? Já sabe que não pode me vencer, mas continua tentando. Então, me diga, o que devo fazer com você dessa vez? Aleijar sua outra mão? Ou te entregar para a polícia?”
Winona sacudiu a cabeça com desespero.
Não, ela não podia deixar isso acontecer.
Uma das mãos já estava comprometida—se perdesse a outra, sua vida estaria arruinada.
E ser levada pela polícia? Impossível. Com antecedentes criminais, ela jamais teria chance de entrar para a elite dos lobisomens.
Tessa a observava do alto, com um olhar frio e impassível.
Se não fossem ambas netas de Walter, ela jamais teria perdoado alguém que já tentou feri-la tantas vezes.
Mas se inutilizasse a outra mão de Winona, Walter ficaria devastado.
E se a situação chegasse à delegacia, o nome da família Sinclair seria jogado na lama.
Walter podia ter perdido a fé no restante da família, mas ainda se importava com eles e, principalmente, com a reputação da matilha.
Na sociedade lobisomem, uma família não representava apenas laços de sangue. Ela era o alicerce da força de uma matilha.
A posição dos Sinclair na Matilha Frostmoon já estava enfraquecida. Qualquer mancha adicional no nome deles daria às demais famílias nobres a chance perfeita de destroná-los e se tornarem a família Alfa da matilha.
Nesse momento, Tessa desceu as escadas acompanhada de Walter. Assim que Lila a viu, foi direto ao ponto.
“Tessie! Você viu a Winona? Não consigo encontrá-la em lugar nenhum!”
“Ah, ela está no meu banheiro”, respondeu Tessa, sem pestanejar.
“O quê? Como assim?” Walter ficou atônito. “Winnie? No seu quarto?”
As duas nunca se deram bem. Não era como se fossem dividir o mesmo espaço de livre e espontânea vontade.
“Sim. Ontem à noite, ela tentou cortar meu rosto com esta adaga. Peguei-a no flagra. Não quis acordar todo mundo, então a amarrei e a deixei lá no banheiro.” Tessa girava a adaga entre os dedos— o cheiro forte da erva mata-lobos ainda impregnado na lâmina.
Lila não perdeu um segundo. Assim que soube que Winona estava amarrada no banheiro, saiu correndo direto para o quarto de Tessa.
Walter, por sua vez, olhou fixamente para a lâmina na mão da neta e sentiu o cheiro amargo que emanava dela.
“Por que isso está cheirando a erva mata-lobos?” Sua expressão mudou no mesmo instante.

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