O clima na sala de jantar era tenso. Nem Walter, nem Yardley tinham apetite. Apenas Tessa comia seu café da manhã como de costume.
Ela ainda fez questão de cutucar Walter com delicadeza:
“Vovô, só por sua causa, vou ignorar o que aconteceu ontem à noite. Mas você precisa comer algo. Você continua se recuperando — não pode pular refeições.”
Walter soltou um longo suspiro.
“Tessie, falhamos com ela. Não a educamos como devíamos. E agora é você quem paga o preço.”
“Tessie, não se preocupe. Eu mesmo vou colocá-la na linha”, acrescentou Yardley, com um tom quase bajulador.
Tessa o ignorou e continuou comendo.
Nesse momento, Lila desceu as escadas acompanhada de uma trêmula Winona. O olhar que lançou para Tessa era carregado de reprovação.
“Tessie, Winnie ainda é sua irmã. Já foi cruel o suficiente ter machucado a mão dela — como pôde tratá-la assim também?”
“Chega!”, Yardley bateu com força na mesa, interrompendo Lila. Sua voz retumbou, carregada de fúria. “Se você não a tivesse mimado tanto esse tempo todo, ela não teria se tornado essa pessoa!”
“Mas, pai, foi claramente culpa da Tessa-”
Antes que Winona pudesse concluir a frase, Yardley a estapeou com força no rosto.
“E você! Não te avisei para não machucar a Tessa? Não levou nada do que eu disse a sério?!”
“Pai?” Winona levou a mão ao rosto, em choque, engolindo a humilhação.
Seu pai sempre esteve ao lado dela.
E agora… ele a estava agredindo — pela Tessa?
“Como pôde bater na Winnie?!” Lila a envolveu nos braços, tentando protegê-la.
“Talvez você devesse ver o que ela fez primeiro!”, Walter retrucou, enfiando a mão no bolso e atirando uma adaga ao chão, bem diante de Lila. “Sua adorada filha tentou cortar o rosto da Tessa com uma lâmina envenenada com mata-lobos! Se Tessa não tivesse reagido a tempo, agora estaria no hospital lutando pela vida!”
“O quê?” Lila engasgou, incrédula. Jamais imaginou que Winona fosse tão cruel.


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