“Já chega! É Natal — não arrume confusão”, murmurou Cedric, repreendendo Winona em voz baixa.
Tessa não teve uma vida fácil nos últimos anos. Se ele estivesse no lugar dela, também estaria fazendo de tudo para compensar — especialmente após descobrir que ela havia despertado como uma loba de alto escalão e que seu namorado era ninguém menos que o Alfa Landon.
Winona franziu a testa e desviou o olhar. De repente, a pulseira de pedra-da-lua em seu pulso parecia mais uma algema do que um presente.
Depois de distribuir os presentes para o restante da família, o velho se voltou para Avery com um último embrulho — uma pasta de couro para partituras.
“Ouvi dizer que músicos como você precisam de algo assim. Facilita para carregar suas músicas.”
Avery ficou atônito. Nunca imaginou receber um presente de Natal da família de outra pessoa. Dentro da pasta, havia um pequeno totem de lobo da lua de neve, bordado com delicadeza. Os pontos eram finos, cuidadosos — claramente costurados à mão com carinho.
Fazia anos desde a última vez que ganhara um presente de Natal fora de casa, e isso o tocou mais do que esperava.
“Obrigado, vovô…”, disse ele, a voz embargada. Em seguida, um pouco atrapalhado, revirou sua mochila e tirou um pendrive.
“Gravei essa faixa no celular ontem à noite. Adicionei umas camadas graves e alguns sons de uivo de coiote… Ouvi dizer que boa música pode entrar em sintonia com a alma do lobo — talvez até acalmar seu lado selvagem…”
Coçou a cabeça, sem saber para onde olhar.
“Deixei a batida mais lenta, tipo um batimento cardíaco. Deve ajudar a dormir melhor. Até sua alma de lobo pode relaxar um pouco.”
Avery nem esperava participar do Natal daquela família. Por isso, montou o presente às pressas, torcendo para que fosse suficiente.
Yardley soltou uma risada contida, claramente achando o presente simplório.
Mas o velho lhe lançou um olhar severo e pegou o pendrive com as duas mãos.
“Obrigado, meu rapaz. Gostei muito do presente — e estava mesmo precisando.”
Ao ver a gratidão genuína no rosto do velho, Avery suspirou, finalmente aliviado.
Depois que todos terminaram de trocar seus presentes, chegou a vez de Tessa.
Assim que entrou, ligou para Samuel.
Ele atendeu na hora.
“Tessa? Ligando-me hoje? Não me diga que já está com saudades.”
Ela não deveria estar com o avô agora?
“Tenho uma pergunta para você. Como o Nathan está?”
Tessa não se esqueceu de que havia mandado Nathan de volta à força para Yalvaria.
Ao ouvir o nome de Nathan, Samuel franziu a testa imediatamente.
“Engraçado, eu ia te perguntar o mesmo. Tem ideia de quão fora de si aquele cara está agora…?”

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