Apaixone-se pela Garota Sem Lobo à Primeira Vista romance Capítulo 539

Ao mesmo tempo, os cristais de energia que Tessa enviara começaram a mostrar seus efeitos.

Xavier passou três dias e noites inteiros trancado na câmara de simulação das formações, trabalhando com aquelas pedras azul-gelo cintilantes.

Quando as formações Coldfang modificadas apresentaram uma melhoria de 30% nos resultados das batalhas simuladas, ele se pegou observando os cristais — vendo a energia girar dentro deles — e, de repente, se lembrou de um Avery muito mais jovem, segurando uma guitarra, cantarolando e dedilhando com um sorriso de pura felicidade. Aqueles dedos… jamais deveriam carregar o cheiro de sangue.

Naquela noite, enquanto Avery e Scarface finalizavam o plano de treino para o próximo mês, Xavier chamou o filho para o estudo.

“Tessa estava certa”, disse Xavier, com a voz menos firme do que de costume. “Os Mercenários Coldfang não precisam que você assuma o legado. Você realmente tem mais talento para a música.”

Ele olhou para o filho, com uma raridade em seu tom: suavidade.

“Sempre fui eu — impondo isso a você, arrastando-o para algo que nunca quis. Isso não foi justo.”

Avery abriu a boca para responder, mas Xavier levantou a mão, impedindo-o.

“Vá”, disse simplesmente. “Faça o que você ama.”

Então, virou-se para a janela, observando o estandarte dos Coldfang tremular vigorosamente ao vento.

“Não disse que ama cantar? Então vá cantar.”

E, com isso, saiu do escritório sem olhar para trás.

Avery permaneceu parado, ainda segurando o cronograma de treino recém-finalizado. O pôr do sol entrava pela janela, lançando um brilho dourado sobre seu rosto — quente e quase surreal. Será que ele realmente… aceitou?

Seu coração saltou, como se algo tivesse explodido dentro dele, inundando suas veias com pura alegria. Quase riu em voz alta.

As noites sem dormir pela dúvida, a análise minuciosa dos registros de Scarface, os momentos tensos sob o olhar frio do pai… tudo se dissolveu em uma onda de alívio.

Ele olhou para a palma da mão — a calosidade pelo esforço em segurar uma adaga de osso de lobo ainda estava lá —, mas agora seus dedos se mexiam como se tivessem tocado novamente cordas familiares de guitarra, e seu coração batia em ritmo com elas.

“Pai…”, sussurrou para a sala vazia, a voz tremendo de emoção.

Então é assim que se sente a liberdade… como um lobo preso que finalmente sente o aroma das planícies abertas.

Ele praticamente correu para fora da base dos Mercenários Coldfang, dedos voando pelo teclado do celular enquanto digitava uma mensagem — só percebendo, após enviar, que ainda tremia:

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