Apenas Clara romance Capítulo 363

A escuridão repentina fez com que Clara Rocha não ousasse se mexer. Ela estava de vestido de gala, sem nenhum lugar para guardar o celular. Só se lembrava que Gustavo Gomes parecia estar por perto, então chamou, hesitante:

— Prof. Gomes?

Gustavo Gomes acendeu a lanterna do celular.

— Deve ter sido um curto-circuito. Fique aqui, vou dar uma olhada.

Ela tateou até o sofá e sentou-se, assentindo:

— Tudo bem.

Clara Rocha permaneceu na sala, e seus olhos logo se adaptaram à penumbra. A luz rarefeita do jardim filtrava-se pelas janelas, desenhando sombras pelo cômodo. De repente, ela percebeu que alguém se aproximava.

— Prof. Gomes, é o senhor?

Nenhuma resposta.

Clara mal começara a se levantar quando foi puxada com força para um abraço inesperado. Antes que pudesse reagir, sentiu um beijo intenso.

Seu pensamento ficou em branco. Lutou para se desvencilhar, mas o homem a mantinha presa, sem lhe dar tempo para respirar. Aquele gesto, aquela possessividade, eram assustadoramente familiares.

— João Cavalcanti... — murmurou ela, conseguindo se afastar no instante em que conseguiu respirar.

O homem hesitou, mas não respondeu.

Clara tentou tirar-lhe a máscara, mas ele segurou seus braços, aproximando-se de seu ouvido. Sua voz, rouca, sussurrou:

— Está com tanta vontade de me ver assim?

Era ele. Não havia dúvida.

Clara o empurrou, mas, naquele momento, ouviu-se a voz de Gustavo Gomes misturada à de Isaque Alves do lado de fora.

— Clara está aí dentro?

— Está, sim.

As luzes se acenderam de repente. Isaque Alves entrou, deparando-se com Clara parada no meio da sala, visivelmente constrangida.

Clara olhou para trás. Não havia ninguém.

— Clara? Está bem? — Isaque Alves, ao ver a expressão dela, aproximou-se, notando que o batom estava borrado.

Ela se recompôs rapidamente.

— Estou bem... Só achei estranho, por que faltou luz de repente?

Gustavo Gomes a observou atentamente.

— Alguém desligou o disjuntor, mas ainda bem que nada grave aconteceu.

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