Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir romance Capítulo 43

Restaurante Lua, muito sofisticado, perto da Costa Advogados.

Todos os salões privados, exceto o mais exclusivo reservado para VIPs, estavam completamente ocupados por pessoas do escritório.

No salão onde Helena estava sentada:

— Helena, você está com bastante generosidade? Já chegou convidando a gente para um restaurante tão sofisticado.— Disse uma jovem advogada sorrindo. — A última vez que estive aqui foi no jantar anual do escritório no ano passado, quando o chefão pagou tudo.

Leonor sorriu e brincou:

— A Helena é jovem e promissora. Parece que ganhou muito dinheiro nesses anos de prática. Temos mais de cem pessoas. Hoje à noite, você vai gastar uma bela fortuna!

Gustavo também entrou na brincadeira, sorrindo:

— A Helena está com tudo mesmo?

Uma jovem mulher falou com um tom ácido e sarcástico:

— Helena, será que você dá conta mesmo? Esse restaurante tem um consumo médio bem alto por pessoa. Com bebidas e vinhos, acho que esse jantar vai acabar com boa parte do seu salário, viu? Se não der, a gente pode mudar de lugar. Não precisa bancar a durona.

A mulher era advogada do Departamento Contencioso. Helena lembrava o nome dela — Rafaela.

Helena, no seu primeiro dia de trabalho, ao ver Rafaela pela primeira vez, já achou que ela tinha uma cara de pessoa difícil e amarga.

Pelo visto, a primeira impressão estava certa, Rafaela realmente não era fácil de lidar.

Helena sorriu e respondeu:

— Tudo bem, eu consigo pagar.

Rafaela continuou com seu tom sarcástico:

— Pelo visto a chefe Leonor não estava errada. A Helena realmente encheu os bolsos nos últimos anos? Conta aí pra gente, qual o segredo pra ganhar tanto? Divide o caminho das pedras com os colegas.

Helena respondeu com calma e firmeza:

— Que segredo posso ter? Todos nós somos advogados aqui, todo mundo entende como funciona. Quando pegamos um caso grande, ganhamos mais; caso pequeno, ganhamos menos. E olha que eu não ganho tanto quanto você, Dra. Rafaela. Trabalhei três anos e ainda nem consegui juntar dinheiro pra comprar um carro decente. Já ouvi dizer que você até comprou um apartamento em Cidade J, né?

Ela estava dizendo a verdade.

O dinheiro que ganhava com seu trabalho realmente não dava pra comprar um carro que valesse a pena.

Mas também não havia necessidade de ela juntar dinheiro pra comprar um carro.

O Porsche 911 e o Rolls-Royce Phantom que Leonidas comprou para ela ainda estavam juntando poeira na garagem da antiga casa da família Almeida.

A Maserati que o primo Rafael lhe deu também estava há muito tempo sem ser usada.

Ultimamente, ela só vinha dirigindo o Bentley Continental azul glacial que Gabriel lhe deu.

Rafaela não fazia ideia da origem familiar de Helena.

Ela só ouviu as palavras pela superfície, achando mesmo que Helena não tinha dinheiro para comprar carro ou casa.

Rafaela também escolheu dois pratos bem caros.

A nova estagiária, Larissa, estava sentada ao lado de Helena, com o rosto totalmente constrangido. Corando, ela puxou discretamente a manga de Helena e murmurou com a voz baixa:

— Dra. Helena, eu... esse lugar é muito caro, eu não consigo pagar.

Ela achava que aquele jantar era uma iniciativa dela junto com Helena para convidar os colegas.

Assim que entrou e viu os preços no cardápio, seu coração disparou.

Se ela realmente tivesse que dividir essa conta, o trabalho de um ano todo iria por água abaixo.

A garota estava prestes a chorar de nervoso.

Helena deu um leve tapinha reconfortante no dorso da mão de Larissa e respondeu com doçura:

— Não se preocupe. Esse jantar é por minha conta. Você não precisa pagar nada.

— É mesmo? — Larissa levantou os olhos com o rosto vermelho：

— Muito obrigada, Dra. Helena.

Depois de fazerem os pedidos, no salão privado, as dez pessoas pediram pratos que totalizaram mais de quatro mil reais, além de mais de dois mil em bebidas e vinhos.

Helena olhou o bilhete e deu um leve sorriso, arqueando os lábios. Não se tratava de uma escolha de pratos por pessoa, mas claramente haviam pedido os itens mais caros.