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Após divórcio, ex-marido implora por reconciliação todo dia romance Capítulo 209

Cidade R.

Uma tempestade violenta desabou durante a noite, e a chuva batia intensamente contra o vidro panorâmico.

Lorenzo acordou assustado e confuso por causa da tempestade. Certo de que não conseguiria dormir novamente, ele se levantou da cama e ficou de pé em frente à janela, observando distraidamente a paisagem noturna da cidade.

Desde o divórcio com Tatiana, ele passou a morar na empresa, e voltava ocasionalmente para a Mansão Orsi por alguns dias, mas a maior parte do tempo se dedicava ao trabalho.

Ele havia sonhado novamente com Tatiana.

Aquela pessoa que deveria ter esquecido há muito tempo insistia em aparecer em seus sonhos, era como se fosse impossível se desvencilhar dela.

Lorenzo observava as colunas de chuva escorrendo lentamente pelo vidro, sua mente fervilhava em incompreensão.

"Por que sonho com ela repetidas vezes?"

Ele fechou os olhos, tentando mergulhar em meditação, focar apenas no som da chuva caindo no telhado do lado de fora.

No entanto, involuntariamente, Lorenzo se lembrou de uma noite chuvosa na Mansão Orsi.

A tempestade era semelhante, como se o céu tivesse aberto um grande buraco, despejando uma chuva torrencial, mas o som da chuva era diferente, haviam muitos relâmpagos e trovões, e um corpo macio e perfumado que se aninhava em seus braços.

De repente, Lorenzo abriu os olhos, ainda envolto em um véu de incredulidade.

Ele sabia o que estava sentindo, era desejo.

Comparado às cenas repugnantes que havia presenciado no hotel durante o dia, ele podia claramente sentir que seus pensamentos sobre Tatiana não eram de aversão ou repulsa, mas de um sentimento de indulgência. Ele não queria abrir os olhos, queria afundar naquela sensação.

Já era o suficiente que tais desejos surgissem em sonhos, mas agora ele tinha aqueles sentimentos até em seus momentos de meditação.

Uma onda de irritação passou pelo rosto de Lorenzo. Ele se virou abruptamente e pegou uma garrafa de água gelada. O frescor em seu estômago extinguiu o desejo que ardia.

Lorenzo caiu no sono de tarde, logo depois de tomar seu remédio. Como havia sido acordado pela tempestade, ele não sentia nenhum resquício de sono.

Ele pegou o celular que estava jogado no canto do sofá e retomou seu habitual ar de indiferença.

A tela do celular se iluminou, mostrando que eram quatro da madrugada.

Como ele não havia olhado o celular durante toda a noite, uma quantidade considerável de mensagens e chamadas perdidas havia se acumulado.A maioria das ligações eram de Vitória.

Carolina, por sua vez, parecia ter desaparecido completamente.

Thais havia ligado duas vezes e, como não suas ligações não foram atendidas, ela deixou uma mensagem no WhatsApp dizendo que Nanda havia acordado e que, exceto por uma leve alta na pressão arterial, não havia motivos para se preocupar.

Quanto às outras mensagens, a maioria era sobre assuntos da empresa.

Havia uma pequena parte perguntando como ele estava, mas a preocupação não parecia genuína; parecia mais que queriam zombar dele, e até havia quem tivesse a audácia de lhe apresentar uma nova esposa.

Lorenzo sentiu uma dor de cabeça e desligou o celular imediatamente.

A irritação que ele tentava conter começou a ressurgir, trazendo consigo uma dor que se arrastava pelos nervos. Ele pressionou suas têmporas, tentando aliviar a dor, mas assim que fechou os olhos, um rosto familiar emergiu em sua mente, ele abriu os olhos rapidamente, assustado.

Lá fora, a chuva começava a diminuir. Além de gotas ocasionais na janela, quase não se ouvia mais nada.

À noite, todos os sentidos pareciam amplificados na escuridão. Lorenzo estava sentado sozinho no quarto vazio e escuro, e pensamentos que durante o dia haviam sido suprimidos começaram a se insinuar nas sombras, incontroláveis.

No meio do silêncio abafado, um pensamento de repente se formou na mente de Lorenzo.

Lorenzo não conseguia se lembrar exatamente. Ele tocou na tela e o número que ele havia guardado apareceu. Após um momento, um sorriso irônico se formou em seus lábios, e um calafrio passou pelos seus olhos.

Ele não ficou parado, seus dedos pressionaram o canto superior direito da tela, abrindo as configurações. Na seção de bloqueio de chamadas, ele abriu a lista de números bloqueados. Lá estava apenas um número, e era exatamente o mesmo que Pedro lhe havia enviado, em contraste com o número que ele havia guardado em seus contatos, que estava alterado por um único dígito.

Um único dígito. Por causa daquele dígito, ele pensou erroneamente que Tatiana, durante os três anos no exterior, não queria falar com ele, que estava ignorando ele a qualquer custo. No fim das contas, Lorenzo também não se deu ao trabalho de se preocupar com Tatiana.

Então era Tatiana quem estava bloqueada no seu celular. Era o seu telefone que o impedia de falar com ela.

Não era que Tatiana não quisesse falar com ele, mas sim que não conseguia.

Que canalha ele era!

O muro alto construído em seu coração há anos desabou repentinamente com aquela revelação.

Ele havia ressentido Tatiana por tantos anos por causa disso, o que ele faria agora?

Ao se lembrar dos abusos que Pedro descobriu que ela havia sofrido no exterior, Lorenzo sentiu um arrepio na espinha.

E se ela tentou ligar para ele quando estava em perigo? Só de pensar em algo assim, Lorenzo sentiu como se fosse desmoronar.

Se algum dia aquela garota sozinha no exterior tivesse tentado pedir ajuda e não tivesse conseguido nada, o que ela faria? O que ela havia feito?

Lorenzo fechou os olhos escuros e, ao os abrir, subitamente atirou o celular contra a parede mais próxima. A tela do celular se estilhaçou, fazendo o estrondo. Depois um silêncio profundo tomou conta da sala.

Depois de muito tempo, Lorenzo se levantou do sofá e pegou o chip do celular quebrado.

Ele tinha que tirar Tati da lista de contatos bloqueados.

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