Após divórcio, ex-marido implora por reconciliação todo dia romance Capítulo 219

Tatiana tinha notado Wilma desde o momento em que ela entrou pela porta. A princípio, pensou que ela era apenas a assistente de Leopoldo que estava ali apenas para deixar alguns documentos e o computador antes de partir. No entanto, para sua surpresa, Wilma parecia perdida em seus pensamentos, com uma expressão de tristeza.

Percebendo seu próprio comportamento atípico, Wilma rapidamente se desculpou:

- Desculpa.

Ela não disse mais nada e, após deixar os documentos e o computador, saiu rapidamente, como se estivesse desesperada para sair dali.

Tatiana a observou por um longo momento.

Foi só quando Leopoldo levou um suco para ela que conseguiu se recompor. Ela abriu a garrafa, tomou um gole, e a mistura azeda e doce preencheu sua boca. Ela apreciou o sabor por um momento e depois perguntou:

- Leopoldo, aquela moça de agora há pouco, ela é sua assistente?

- Sim. - Respondeu ele baixinho.

Depois, ele olhou através do vidro da porta, fitando a silhueta esguia que se afastava com pressa.

Ele desviou o olhar e baixou as pálpebras.

- O que foi? - Indagou Tatiana.

Ela também percebeu que do escritório de Leopoldo dava para ver claramente a posição daquela moça. Embora o vidro fosse unidirecional, a área externa do escritório do presidente estava repleta de impressoras e outras coisas, e normalmente não se podia ver as pessoas lá. Mas aquele escritório específico, bastava levantar os olhos para ver a figura pequena e magra.

- Leopoldo, você gosta dela?

O homem quase se engasgou com a própria saliva, tossindo como se sua vida estivesse em perigo.

Vendo isso, Tatiana imediatamente se aproximou para bater nas costas dele.

- Eu só estava perguntando, não precisa ficar tão agitado!

Leopoldo levantou a mão e a acalmou com sua voz grave:

- Pode parar, com essa força você pode mandar seu irmão para o céu.

Tatiana parou imediatamente e abriu um sorriso envergonhado.

- Desculpe, não consigo controlar a força.

Ela realmente tinha um histórico de manusear objetos pesados, o que às vezes a fazia perder a noção de sua própria força.

Vendo que Leopoldo estava melhor e havia colocado de lado seu suco, Tatiana retomou a pergunta anterior:

- Então, Leopoldo, você gosta daquela moça?

Assim que ela terminou de falar, um velho e uma criança ao lado também se puseram a escutar atentamente, olhando fixamente para Leopoldo.

Leopoldo mudou de expressão e lançou um olhar furtivo para a figura do lado de fora da porta.

- O que você está imaginando, garotinha? É só nisso que pensa o dia todo?

- Eu já até me divorciei, como posso ser uma garotinha? - Murmurou Tatiana insatisfeita.

Ela desviou ligeiramente o olhar, e através do vidro ela podia a figura esguia do lado de fora. Os sentimentos de Leopoldo eram claros.

E aquele olhar da moça...

Ela franziu a testa e disse:

- Leopoldo, você realmente não sente nada por ela? Parece que ela gosta de você.

Ao ouvir isso, Leopoldo ficou atordoado. Por um instante, ele parecia perdido, sem saber onde colocar as mãos e os pés.

Depois de se recuperar, ele respondeu de maneira casual, embora Tatiana pudesse notar um cuidado em suas palavras:

- De onde você tirou que ela tem uma queda por mim?

Tatiana piscou.

- Intuição feminina.

Ela suspirou levemente e acariciou a cabeça de Geovane. Ela não sabia o que dizer a Leopoldo, apenas olhou desamparada para seu pai.

Marcelo, no entanto, pensava mais longe, e tinha uma expressão séria no rosto.

- Se Leo realmente gosta dela, não vejo problema em tentar conquistá-la. As garotas precisam ser cortejadas, e se você a tratar bem, ela pode desenvolver sentimentos por você. Eu conheço sua assistente, ela é muito competente há muitos anos. Não me oponho a você trazê-la para a família, mas, de qualquer maneira, temos que considerar o que Geovane pensa.

O menino permanecia silencioso, com o rosto sombrio.

Foi nesse momento que Tatiana se deu conta do problema. Ela baixou a cabeça rapidamente para olhar Geovane e, ao ver o olhar perdido e um tanto ressentido do menino, soube que algo estava errado.

- Geovane, você não gosta dessa tia como sua mãe? - Perguntou Tatiana, com o coração apertado. Ela puxou o menino para um abraço. - Se você tiver alguma reclamação, pode falar com o papai, tá? Se você não gostar, a gente vai respeitar sua opinião.

Geovane mordeu o lábio e, depois de um longo momento, levantou os olhos teimosos.

- Papai não pode se casar com a minha mãe de verdade?

O silêncio tomou conta do ambiente.

Tatiana, embora tivesse voltado para a família Orsi há apenas dois anos, sabia que Leopoldo estava com aquela mulher há cinco anos. Depois de tantos anos sem notícias, tantas buscas em vão... E se nunca encontrassem? Leopoldo deveria ficar sozinho pelo resto da vida?

Ele era jovem agora e talvez pensasse que isso não importa. Mas ele tinha alguém no coração, por que não levar a moça que amava para casa? Ele deveria ficar sozinho e ver a garota que amava ser levada por outro homem, sem poder fazer nada?

A mulher estava ao seu lado, ele olhava para ela todos os dias e se convencia de que era o suficiente. Mas e depois? Eles um dia iriam envelhecer. O mundo era sempre injusto com as mulheres, dizem que os homens ficam mais atraentes conforme envelhecem, enquanto as mulheres solteiras eram vistas como sobras. E se um dia a garota cansasse de esperar? E se um dia ela pedisse demissão, dissesse que iria voltar para casa, casar e ter filhos, e desaparecesse para sempre da vida de Leopoldo?

Então, o que Leopoldo pensaria depois de muitos e muitos anos? Ele se arrependeria? Iria desejar ter sido mais corajoso naquela época, se não tivesse considerado o pensamento do filho? Claro, ninguém sabia ao certo o que o futuro reserva. Mas naquele momento, o mais importante parecia ser acalmar o jovem.

Tatiana se levantou do sofá e se agachou diante de Geovane. Ela sabia que o que diria poderia ser um pouco cruel, mas as pessoas não podiam viver sempre no conforto de suas ilusões; era necessário que o menino entendesse a realidade.

- Geovane, você deve saber que, desde o seu nascimento, seu pai nunca desistiu de procurar sua mãe e sempre quis encontrar ela para cuidar bem de você. Mas já se passaram cinco anos e não há nenhuma notícia dela, e se ela já não estiver mais neste mundo? - Tatiana, vendo a expressão de tristeza do menino aumentar, se sentiu mal. Então, ela suavizou suas palavras, tentando ser o mais gentil possível. - Geovane, você quer que sua mãe esteja com você, e seu pai também quer que a pessoa que ele ama esteja com ele, certo? Se ele encontrar alguém que gosta, mas perder essa chance, só poderá assistir essa mulher se casar com outro homem, imagine o quão triste ele ficaria...

- Minha mãe com certeza ainda está neste mundo, e eu vou encontrar ela! - Interrompeu Geovane.

Depois, ele empurrou Tatiana e saiu enquanto chorava.