O carro parou em frente ao portão da Mansão Riacho Belo, e Boris estava esperando a resposta de Lorenzo.
Depois de um longo tempo, ele ouviu a voz baixa do homem:
- Deixa o acordo de divórcio de lado por enquanto, quando ela acordar, nós iremos juntos.
Boris assentiu.
- Entendi, Presidente Borges, vou voltar para a empresa agora.
- Tudo bem, espera um pouco.
Lorenzo, naturalmente, não deixaria Boris voltar de táxi.
Havia outros carros na garagem da mansão, ele poderia ir trabalhar e até chamar Boris de volta.
Ele estava arrumando as roupas de Tatiana, tentando mover ela sem que ela acordasse.
Boris também estava observando.
Ele nunca tinha visto o patrão com aquela expressão, um semblante ameno, e gestos tão gentis e delicados, como se estivesse lidando com algo muito frágil.
Ele não tratava nem Carolina, a futura Sra. Borges, daquela maneira.
O que ele sempre via era uma cortesia polida e distante, como se ele devesse algum favor a Carolina.
Ele nem pareciam um casal.
om a Sra. Borges, seu patrão parecia uma pessoa real.
- Presidente Borges, você realmente vai se divorciar da Sra. Borges? - Perguntou Boris, confuso.
Lorenzo, que estava se inclinando para tirar Tatiana do carro, estava virando para a mansão quando ouviu a pergunta.
Ele se endireitou, segurando Tatiana firmemente em seus braços, e olhou calmamente para Boris.
- O que você quer dizer? - Perguntou ele.
Boris ficou um pouco assustado.
Ele sabia que o patrão não gostava que as pessoas da empresa interfirissem em sua vida privada, mas ao ouvir a voz serena de Lorenzo, ele se sentiu encorajado.
- Presidente Borges, talvez eu esteja falando demais, não me leve a mal. Mas eu acho que você trata bem a Sra. Borges, você também deve gostar dela. Quanto aos sentimentos da Sra. Borges, nós sabemos que ela te ama desde que vocês eram crianças, então por que se divorciar?
Lorenzo ficou em silêncio, sem mostrar alegria ou tristeza em seu rosto.
Vendo isso, Boris continuou:
- Eu e minha namorada também brigamos muito, Presidente Borges. Mas isso é algo comum para pessoas que se amam. Você sempre se preocupou com a Srta. Carolina, é natural que a Sra. Borges fique chateada. Garotas precisam ser mimadas, se você a mimar, ela certamente não ficará mais zangada com você, e vocês dois...
- Boris. - Interrompeu Lorenzo com um tom frio. - Você realmente fala demais.
Boris ficou atônito no banco do motorista, refletindo sobre qual de suas palavras poderia ter ofendido o patrão.
Lorenzo não lhe repreendeu, apenas disse:
- Não gosto da Tatiana, não é um amor correspondido, então vou me divorciar dela.
Boris não conseguiu conter sua surpresa.
- Então, Presidente Borges, a pessoa que você gosta é a Srta. Carolina?
Lorenzo olhou para ele fixamente.
- Há algum problema nisso?
Boris imediatamente sacudiu a cabeça.
- Não, não, Presidente Borges, eu vou indo agora!
Ele não ousaria dizer que estava óbvio para todos que ele não gostava de Carolina.
Quando ele estava com ela, parecia que era por obrigação.
O verdadeiro amor deveria ser genuíno, intenso, não uma tarefa.
No entanto, Boris não via nada disso em Carolina.
Após falar, ela retirou sua mão, e continuou com uma expressão desanimada:
- Mas como podemos levar a sério as palavras de quando éramos crianças? Será que estou sendo má? Por causa do meu próprio egoísmo, eu não impedi o vovô Jacarias. Mas eu quero me dar uma chance, quem sabe...
Era como se ela estivesse falando consigo mesma.
Lorenzo baixou os olhos e a observou em silêncio.Tatiana também ficou quieta, talvez porque aquelas memórias eram muito dolorosas de se reviver.
Ela bateu na própria cabeça e se enrolou em um travesseiro no sofá.
- Minha cabeça dói, não quero mais pensar... - Murmurou ela no sofá, com a cabeça atordoada.
Depois, ela perdeu os sentidos, apenas sentiu vagamente um gosto amargo na boca e sentiu que estava sendo carregada.Depois disso, o mundo ficou completamente silencioso.
Quando ela acordou, eram quatro da manhã. Foi a fome que a despertou.
Sua cabeça ainda doía, e ela olhou para o quarto em que estava. Era estranhamente familiar, parecia que ela estava sonhando.
Apenas a dor em seu estômago a trouxe de volta à realidade.
Desde que havia saído de casa no dia anterior, ela não havia comido nada.
Ainda não era verão, e a madrugada estava fria.
Tatiana abriu a porta do quarto e sentiu um ar gelado invadindo o ambiente.
Ela esfregou os braços, e não encontrando o interruptor da luz da escada, decidiu descer no escuro.
Ela segurou firmemente no corrimão para se guiar, e apesar de alguns tropeços, ela não caiu.
Finalmente pisando no chão do primeiro andar, Tatiana suspirou aliviada.
Estava prestes a procurar o interruptor de luz do térreo quando de repente uma luz surgiu, fazendo ela cerrar os olhos.
Ao mesmo tempo, a voz rouca de um homem ecoou do andar de cima:
- O que você está fazendo?

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após divórcio, ex-marido implora por reconciliação todo dia
Por favor, continuem esse livro!...