— Foi uma brincadeira estúpida, sinto muito. — se desculpou.
Laura apenas ficou em silêncio, no final de tudo, o cara idiota, sexy e voz excitante era apenas isso... um idiota.
— Foi um desprazer conhecê-lo, Sr. McCoy. — virou o rosto rapidamente — E eu sei que tenho problemas de raiva, não preciso que me digam isso.
Pegou sua bolsa e abriu a porta do carro, fechando-a com força ao sair, caminhando furiosa até seu próprio carro, se pudesse iria para casa e permaneceria o resto do dia por lá, sem a presença de ninguém, inclusive de homens.
Ethan respirou fundo, desde que se conheceram, todas as suas palavras e ações contribuíam para que os dois discutissem, a raiva era uma amiga constante de Laura, o que lhe parecia levemente fofo.
Observou o carro dela dando partida e saindo em alta velocidade.
Uma mulher difícil de lidar, ela o atraía sem nem mesmo se esforçar para isso, com certeza continuaria insistindo, mesmo que fosse para tê-la apenas uma noite, sempre preferiu as calmas, aquelas não costumavam responder ou alterar a voz, mas daquele momento em diante, Laura era o seu tipo preferido, mais do que isso, era a única que ele queria.
O problema seria manter esse segredo longe dos ouvidos do irmão mais velho, o qual era muito rígido e centrado, quando se tratava da empresa e poderia achar que Laura o estava usando, o que não deixava de ser verdade.
Ligou o veículo, saindo calmamente, esperaria até ela se acalmar, para tentar uma nova investida, caso não funcionasse, teria que apelar, e ele não via problema algum em o fazer, sentiu o celular vibrar no bolso da calça, esperou chegar ao semáforo que estava fechado, antes de pegá-lo para verificar.
Havia duas mensagens de Ezra, seu irmão, e várias de Patrícia, diretora do RH, o celular continuava vibrando, a garota estava frenética, mesmo que fosse algo importante, teria que esperar.
******
Quando Laura retornou do almoço, que comera de forma solitária, sentiu certo incomodo.
Apesar de Ethan lhe parecer um grande imbecil, a princípio ele não lhe era tão mal, talvez o momento não tivesse sido propício para aquela conversa e ela mesma devia admitir que não era nenhuma flor delicada, sempre acostumada a homens estúpidos e machistas, os quais a faziam se sentir obrigada a estar na defensiva.
Olhando para o cartão de visitas dele dentro da sua carteira, sorriu ao lembrar de Ethan falando sobre querer levá-la para jantar, seu estresse diário acabava com o bom humor e autoestima, precisava de uma noite de sexo, com certeza ele desapareceria no dia seguinte sem cumprir o acordo, mas, se divertir um pouco não seria mal.
O celular vibrou freneticamente.
Observando a tela, percebeu que um número desconhecido lhe mandava mensagem, abrindo, por pensar tratar de algum possível cliente da empresa, compreendeu que, na verdade, tratava-se de Ethan, pedindo desculpas novamente e lhe pedindo uma nova chance.
“Mande-me flores e algum presente caro, ainda hoje, e quem sabe posso pensar na possibilidade de um jantar.”, digitou com um sorriso cínico nos lábios.
Acreditava ser perigoso aquele “jogo” com Ethan, porém, após mais um encontro desagradável com Eduardo sentia que sua confiança não estava tão forte quanto antes, Sr. Bennett também começara a agir de forma estranha com ela.
“Deseja um presente em específico?”, sentiu o celular vibrar novamente.
“Não, mas quanto mais caro, melhor!”
“Providenciarei imediatamente, Srta. Braga.”
Laura não se importava com o presente, na verdade, também detestava receber flores, achava um grande desperdício, entretanto, a provocação em meio a tensão sexual lhe deixava ainda mais excitada.
— Conheço esse sorriso! — Andreia fala a assustando — Bati na porta, mas, não me escutou, certo?
Ela balançou a cabeça constrangida.
A mulher a sua frente era bem mais velha, na faixa dos cinquenta anos, cabelo devidamente preso, roupa impecável, um dia fora totalmente ruiva, agora os fios grisalhos se mostravam fortemente.
— Tome cuidado, já te disse que você é péssima para escolher homens. — Andreia sentou-se.
Segurava uma fina pasta em mãos.
— Está sob controle dessa vez, sei o que estou fazendo.
As duas eram amigas há cinco anos, quando Laura começou a trabalhar na empresa Andreia já estava lá, foi a única que mostrara empatia com a novata, portanto, as duas se ajudavam mutuamente.
— E quem é? — questionou arqueando as sobrancelhas.
— Ninguém menos que Ethan McCoy.
— Da empresa McCoy’s Stars? — Andreia estava surpresa.
— Sim, nos conhecemos ontem na hora do almoço, mas, eu não sabia quem ele era e suponho que nem ele sobre mim. — respondeu — Se acontecer algo, será apenas sexo, não se preocupe.
— Se o Sr. Bennett ao menos desconfiar, vai fazer da sua vida um inferno. — sussurrou.
Laura suspirou, antes de mostrar um leve sorriso.
— Ele só vai saber se você contar!
— Não faz isso comigo, Laura, vai acabar se metendo em encrenca e me levando junto.
— Andreia, relaxa por favor, eu estou muito estressada, cansada e ansiosa, no mínimo eu mereço uma noite de “descanso”. — gargalhou levemente.
Não costumava se abrir daquela maneira para muitas pessoas, depois que sua mãe morreu de câncer, sobrara apenas Andreia, em quem confiava cegamente.
— Certo, ao menos ele é bonito? — perguntou curiosa — O irmão, Ezra é muito “gato”, se forem parecidos, não vai se arrepender.
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