Hana
Três dias se passaram e Ivan desapareceu da mesma maneira que surgiu. Às vezes pergunto se Daisy não confundiu alguém com o pai, mas para ser sincera acho isso meio improvável, porém não podemos descartar as possibilidades.
Ainda assim, Layonel disponibilizou uma junta de segurança para acompanhar Daisy na escola até sua saída.
Por mim eu nem enviava ela para escola pelo menos por uma semana, mas ele garantiu que nada vai acontecer com nossa filha e eu acredito, afinal ele ama Daisy incondicionalmente e eu não duvido disso.
Arrumo as pastas para levar para Layonel, mas sabia que ele estava em uma reunião, então sento novamente e meu telefone toca com o ramal da recepção.
-Escritório do senhor Drevitch. -Atendo no segundo toque.
-Senhora Ravallo a um homem na recepção que gostaria de conversar com a senhora.
- Comigo? Qual o nome? - Pergunto desconfiada pensando que poderia ser Ivan.
-Juan, diz ser seu advogado.
Observo meu celular sobre a mesa para ver se havia chamadas perdidas de Juan, mas não tinha nada. Acho estranho ele estar ali sem me comunicar, mas tínhamos que acertar alguns documentos da casa que foi vendida.
-Pode manda-lo subir. -Peço e ela concorda desligando logo em seguida.
Não demora muito e ouço a recepcionista indicar minha sala que estava com a porta aberta. Levanto para recepcionar Juan e só não caio, pois estava próxima a mesa ao ver Ivan entrar em minha sala na maior naturalidade vestindo um terno preto e uma calça social.
Os cabelos castanhos escuros quase negros penteados para trás com as mesmas grandes falhas nas entradas da cabeça. Ele estava mais magro do que lembro, porém não mais bonito, afinal ele nunca foi um deus grego, mas nunca foi de se jogar fora. Aquela estatura mediada me agradava no passado, não posso dizer que não amei esse infeliz, mas hoje sinto somente rancor e raiva.
-O que faz aqui Ivan? - Não economizo no tom de ódio.
-Daisy é minha filha, tenho o direito de me aproximar dela. Você e seu novo caso estão me impedindo de ver a minha filha. -Fecha a porta atrás dele e coloco-me em alerta.
Ele nunca levantou um dedo para mim, mas não dá para saber o que as pessoas farão. Ele juro destruir minha vida no dia que ganhei a causa na justiça e fez jus as suas palavras deixando-me com uma dívida gritante.
- Meu caso? Ele é meu noivo e mais pai da sua filha do que você, afinal, se não fosse ele, estaríamos passando fome com a dívida que você deixou. Você não tem vergonha na sua cara de aparecer no meu trabalho. Se quer ver sua filha vai pagar as pensões atrasadas. -Cuspo com raiva sentindo o sangue ferver.
-Cala boca Hana, estou farto. Estou na merda é porra da culpa é sua. Tive que vender a biblioteca e tudo que tinha para te dar metade. O mínimo que você poderia fazer era pagar o empréstimo no banco. Eu não quero esse homem perto da minha filha. - Seu tom se eleva.
-Esse homem vai ficar perto da sua filha sim, ele é meu noivo. Se não quisesse que outro criasse a sua filha não enfiava seu pai em qualquer lugar. -Desço do salto sentindo minhas mãos tremer que raiva.
- Olha como você fala comigo Hana, eu sempre te respeitei...
-Uma ova, uma grande ova seu filho da puta. Sua filha quase morreu com uma crise de asma porque eu não tinha dinheiro para pagar os remédios já que o banco bloqueou minhas contas por sua culpa. -Quando vejo já estou gritando.
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